São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2003 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ERIKA PALOMINO SE JOGA NO ABC DO ELECTRO; AINDA DÁ TEMPO! São Paulo respira electro, com a primeira Gigolo Party, hoje à noite no Credicard Hall, com dois nomes importantes do gênero, The Hacker e Savas Pascalidis. Anos 80, glamour, sexo e diversão são os temas da história, que vem tomando conta do underground de Nova York, Londres, Berlim e, agora, SP (ainda que a mídia do Rio tenha proclamado a cidade a "capital electro do Brasil", a gente sabe que não é bem assim). Sem bairrismo, o electro está mesmo ganhando empatia por onde passa. "Uma das razões do sucesso do electro é que o tecno é um som sem rosto. O electro tem letras, os artistas têm algo para dizer. É disso que as pessoas precisam, de uma coisa mais humana, em vez de um DJ sem rosto, escondido no escuro", avalia em entrevista o alemão The Hacker, que ficou famoso pela parceria com Miss Kittin em seu "First Album". Mas atenção: electro não é igual a electroclash. Essa é a vertente de NY para o gênero, conforme batizou Larry Tee. Tanto que, para facilitar, elaborei um pequeno ABC, com o que considero relevante aqui (você sabe, né? Estamos falando de electro há um tempo...). E Savas é bem legal. É alemão, se considera grego por conta da ascendência (esse é seu verdadeiro nome). Ai, será que ele não poderia tocar o hit "Superman"? É a mais animada. Êêê! Eletrixes, se joguem!!! Colaborou Camila Yahn, free-lance para a Folha A - Afrika Bambaataa (pai do gênero, com "Planet Rock", de 82); assimetria (obrigatória em cabelos, saia e o que mais vier); arrastão (a meia oficial) B - Berlim (cidade-referência), Brooklyn (berço do segmento electroclash em NY); bootleg (a cultura do truque de juntar músicas); Benny Benassi (autor do grude "Satisfaction", que toma conta do mundo); Blondie (inspiração para looks e make) C - Champanhe (bebidinha oficial, né?); Colette (loja francesa que detonou a preferência fashion pelo electro, com coletâneas incríveis); City Rockers (selo descolex que lançou as coletâneas "Futurism", a rosa e a verde); Chicks on Speed (precursor grupo de meninas que fez o hino "Fashion Rules" e preferidas de Lagerfeld) D - DFA (núcleo-tudo de produtores e DJs, com James Murphy à frente); "Deceptacon" (sensacional hino tatibitate do Le Tigre); Dot Allison (musa densa, canta "Substance", com remix do Felix da Housecat) E - Electroclash (a vertente de electro praticada em Nova York, celebrizada pelas mãos de Larry Tee); Egg (o novo clube tipo absurdinho de Londres) F - "Fischerspooner" (ópera-bufa do electro; vem de NY para o Brasil em 2004), Fat Truckers (boa mistura com atitude rock e barulho), Felix da Housecat (precursor black & americano, amigo); fashion (fundamento) G - Gravatas (para a noite); Golden Boy (ajudou a impulsionar Miss Kittin com a melancólica "Rippin" Kittin"), glamour (tudo na vida de um electrix) H - Hell (DJ alemão, pioneiro do gênero, e o primeiro a tocar os dramas em sua visita a SP) I - International Deejay Gigolo (selo do DJ Hell em si que projetou o electro europeu) J - Jonny Slut (maestro punk do Nag Nag Nag), James Murphy (dono do DFA; é o nome por trás do projeto LCD Soundsystem, autor do megahit "Losing My Edge", produtor do The Rapture e do Radio 4) K - Kittin (Miss; a primeira diva, com sua voz única, foi a estrela do Réveillon brasileiro de 2002); Kitty Yo (selo descolex de Berlim que apresentou o bizarro Gonzales e a sexy Peaches); K7 (selo alemão que lança as coletâneas DJ Kicks, do Playgroup) L - Larry Tee (mentor do movimento electroclash de NY); Luxx (clube-sede do electroclash, no Brooklyn, onde acontece a noite Berliniamsburg, residência de Larry Tee em si) M - Maquiagem (fundamento total, para meninos e meninas) N - Nag Nag Nag (noite londrina de quarta no clube Ghetto, o nome vem de música do Cabaret Voltaire) O - Oitenta! (a referência); Output (selo de Travor Jackson) P - Peaches (ex-prostituta, tem presença e voz incríveis); Plitzie (o grupo mais charmoso da cena em SP; tem ao microfone a jovem musa Roberta Y.) Q - Queens of Noise (dupla de meninas DJéias de Londres formada pelas bagunceiras Mairead e Tabitha, tocam na Death Disco, que acontece no Notting Hill Arts Club e é a nova noite hype da cidade) R - Rapture (elo com o rock; o vocalista Luke Jenner canta igual a Robert Smith, do The Cure; vem para o TIM Festival, em novembro, no Rio) S - Salto alto (obrigatório), Scissor Sisters (grupo de Nova York, cantam igual ao Bee Gees em "Comfortably Numb", trilha da Balenciaga) T - Tiga (criativo mentor da cena de Montreal, dono do selo Turbo Recordings, apareceu com o hit "Sunglasses at Night" e fez uma absurda versão para "Hot in Herre", do Nelly; está previsto para vir ao Brasil em setembro, pela primeira vez) U - "Under the influence of the 80's" (expressão das revistas globais para explicar a sonoridade electro) V - Vitalic (tocou aqui em 2002, crossover com tecno) W - W.I.T. (sigla para Whatever It Takes; bagaceiras de NY e superprotegidas de Larry Tee) X - Xingu (lar do electro em SP, onde tocam Liana Padilha e Luca Lauri, do projeto No Porn, entre outros novos DJs da cena) Y - "You say I'm not underground / I'm rich, I'm famous, I vanish, I'm glitz/ I am the story, I am the star" (frase de "Madame Hollywood" que o mundo cantou, inspirando Madonna) Z - Zongamin (japonês, fez a famosa versão de "Make It Happen", do Playgroup); Zyntherius (finlandês, par de Tiga em "Sunglasses at Night"); z (a letra substitui o "s" no final das "palavraz", como brincam de falar os "electrixz" do planeta) palomino@uol.com.br www.erikapalomino.com.br Texto Anterior: DVD/Lançamentos: Origem e destino: violência Próximo Texto: Esporte: Cobertura do Pan-2003 invade emissoras Índice |
|