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"PERDIDOS EM NOVA YORK"
Martin salva o filme
THALES DE MENEZES
da Reportagem Local
Steve Martin, Goldie Hawn, Neil
Simon, refilmagem. Quatro elementos bem conhecidos das comédias de Hollywood nos últimos tempos. Estão todos juntos
em "Perdidos em Nova York",
que não consegue ir além de ser
um filme morno, com alguns
bons momentos de Martin.
As comédias recentes produzidas nos EUA estão cada vez mais
grosseiras, e "Perdidos em Nova
York" tem o mérito de tentar fazer o espectador rir de situações
engraçadas, construídas com inteligência. Como material desse
tipo sumiu do mercado, a idéia de
refilmar "Forasteiros em Nova
York", estrelada por Jack Lemmon em 1970, foi a solução.
O filme original não chegou a
ser um tremendo sucesso. Lemmon e Sandy Dennis interpretam
o casal de Ohio que vai a Nova
York para uma reunião de negócios do marido e só entra em confusões. O texto tem a assinatura
de Neil Simon, um dos maiores
nomes da comédia verborrágica
na Broadway, e um autor com
uma longa e bem-sucedida lista
de peças adaptadas ao cinema.
Parece que a coisa desandou
mesmo na direção fraca de Arthur Hiller. Lemmon exagera na
composição do personagem rabugento e afasta o espectador.
Na nova versão, Steve Martin se
sai bem. É bom lembrar que o
ator tem uma longa fileira de personagens rabugentos. Martin é
ótimo como o sujeito comum envolvido em situações absurdas.
Ele é Henry Clark, publicitário
de Ohio, cinquentão, com os filhos na faculdade e uma mulher
dedicada, que abandonou a carreira na propaganda para cuidar
da família. Henry é despedido, esconde isso da mulher, Nancy, e
aceita fazer uma entrevista em
Nova York para um emprego.
Mas Nancy acaba viajando com
ele, e o pesadelo começa.
Avião desviado para Boston,
malas extraviadas, brigas, assalto,
cadeia, atentado ao pudor, arriscar a vida pendurado num arranha-céu. Tudo isso e mais o tratamento esnobe dos nova-iorquinos vão enlouquecendo Henry.
Se Steve Martin acerta o tom do
revoltado publicitário, o mesmo
não pode ser dito de Goldie
Hawn. Seu personagem é frouxo.
Nancy não convence como o ponto de apoio de que Henry precisa
em seu iminente ataque de nervos. John Cleese, ex-Monty
Python, não tem muito a fazer
num papel pequeno e ridículo.
A direção de Sam Weisman não
dá um ritmo eficiente à história, e
o pouco de bom "timing" de comédia é cortesia de Martin, que
salva muitas cenas.
Talvez o filme renda mais em vídeo, aproveitando a redução do
padrão de exigência do espectador caseiro. Quem sai do conforto
do lar para ir ao cinema espera
um pouco mais.
Avaliação:
Filme: Perdidos em Nova York
Diretor: Sam Weisman
Produção: EUA, 1999
Com: Steve Martin, Goldie Hawn
Quando: a partir de hoje, nos cines
Iguatemi 1, Interlagos 6 e circuito
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