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Produtores pedem mudanças
ANNA LEE
da Sucursal do Rio
O cientista político José Álvaro
Moisés, atual secretário de Apoio à
Cultura do MinC (Ministério da
Cultura), assume o cargo de secretário do Audiovisual com uma
missão que, segundo a produtora
Mariza Leão, será decisiva para
que o cinema brasileiro não caia
no ostracismo da era Collor: instituir uma política pública para o setor do audiovisual.
Em 1990, o então presidente Fernando Collor extinguiu a Embrafilme e, com isso, a indústria cinematográfica brasileira ficou praticamente estagnada até 1995, quando a Lei do Audiovisual, criada em
1993, passou a ser aplicada.
Pela lei, as empresas que investem em projetos audiovisuais têm
direito a isenção de até 3% em seu
Imposto de Renda.
"Nos primeiros quatro anos da
lei, a ação do ministério centrou-se
em seu gerenciamento. Agora é
necessário mudar o modelo. É preciso que o Estado exerça funções
que são intransferíveis: regular,
normalizar e controlar o mercado", disse Mariza Leão.
"O Brasil precisa olhar em volta e
ver como os outros países se organizaram diante da produção cinematográfica para enfrentar a hegemonia norte-americana. Não foi
com uma política de incentivos fiscais exclusivamente, foi também
com a ação direta do Estado."
Os caminhos para a indústria cinematográfica brasileira sugeridos
por produtores e representantes
do setor foram listados num documento entregue a Álvaro Moisés e
ao ministro da Cultura, Francisco
Weffort, numa reunião na semana
passada no Rio.
"A Lei do Audiovisual é um mecanismo, não uma política. Agora
que está estabelecida, é preciso regularizar algumas questões deformadas da lei e fazer um novo modelo que fomente uma política
mais global para o desenvolvimento da atividade", disse Gláucia Camargo, que entre outros filmes
produziu "Policarpo Quaresma".
Segundo o produtor Luiz Carlos
Barreto, o principal desafio de
Moisés será estabilizar o produto
cinematográfico brasileiro dentro
do próprio mercado interno.
"O ministro e o Álvaro Moisés se
comprometeram a estudar e executar nossas reivindicações apresentadas no documento. Isso se
dará principalmente por meio do
estabelecimento da Comissão Nacional de Cinema, que vai assessorar o ministro nas questões das políticas que devem ser adotadas para o setor de cinema", disse.
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