DA REPORTAGEM LOCAL

Numa cela da penitenciária feminina de São Paulo, a matadora de aluguel Umzé e a seqüestradora Xaxá compartilham TV, latrina, medos e incertezas. O jogo é de repulsa e carinho.
Num banheiro público de Amsterdã, na Holanda, a velha administradora do local, ajudada pelo filho, recebe a visita de uma mulher solitária e de um camelô da "art de toilet". Todos se agarram à linguagem nesse ambiente fétido.
As duas introduções acima são, respectivamente, de "Umzé", da jornalista brasileira Beatriz Carolina Gonçalves, e "Merda, ou as Lágrimas de Grinny Gran", da cineasta holandesa Aletta Becker.
Os textos são lidos hoje na abertura do projeto "O Olhar Feminino na Dramaturgia Contemporânea", no CCBB. No primeiro semestre, acontece um ciclo de leituras temáticas sob curadoria de Marici Salomão. Dá conta de três linhas: a) violência, b) ética e trabalho e c) desenraizamento.
O primeiro módulo traz, além de Gonçalves e Becker, autoras dos EUA (Tanya Barfield, "Jogo Sujo"), Índia (Anushka Ravishankar, "Histórias Selecionadas") e Sérvia e Montenegro (Marija Stojanovic, "Menina-dos-Olhos").