São Paulo, quarta-feira, 02 de março de 2011

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CRÍTICA MÚSICA ERUDITA

ArsBrasil resgata obras de câmara de Henrique Oswald

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Chegou a hora de descobrir a obra do "pai" da música de câmara no Brasil. Um CD triplo aborda a produção de um dos mais importantes compositores da geração anterior à de Villa-Lobos: Henrique Oswald (1852-1931).
Carioca, pai do artista plástico Carlos Oswald (1882-1971) e filho de um comerciante suíço, Oswald recebeu da mãe, italiana, a instrução musical inicial, ao piano, e foi para aprimorar o talento neste campo quando se mudou para a Itália com a família, aos 16 anos de idade.
Só voltou a morar no Brasil 35 anos depois, em 1903. Na Europa fez sua formação -e ganhou um concurso internacional com a peça para piano solo "Il Neige!" ("Neva!"), em 1902.
Pelo que dizem, falava português com sotaque, e sua música também tem sonoridade inequivocamente europeia, ao ponto de o pianista Arthur Rubinstein (1887-1982) tê-lo chamado de "Gabriel Fauré brasileiro".
A distância do nacionalismo que logo se tornaria hegemônico entre os brasileiros acabou levando sua produção a ser injustamente negligenciada por aqui.

REDESCOBERTA
Graças à pesquisa acadêmica de pianistas como José Eduardo Martins e Eduardo Monteiro, contudo, vem sendo possível ter a real dimensão da sua importância.
Autor de três óperas e duas sinfonias, Oswald destacou-se na música de câmara, com 30 obras que transcendem a produção de salão.
Um pedaço desse conjunto é resgatado pelos músicos do ArsBrasil, com direção musical do violinista Artur Huf, e instrumentistas do quilate do pianista Fernando Lopes e o violoncelista Mauro Brucoli.
Eles executam os quatro quartetos de cordas de Oswald, bem como obras para violoncelo. Música com sabor de romantismo tardio, que conquista pela maturidade e segurança técnica com que é escrita.

HENRIQUE OSWALD - MÚSICA DE CÂMARA

ARTISTA ArsBrasil
LANÇAMENTO Ariah Cultural
QUANTO R$ 49 (o CD triplo)
AVALIAÇÃO bom


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