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Composição combina pressão e acaso
DA SUCURSAL DO RIO
A composição de trilhas de novela combina fórmulas, pressões,
negociações e um toque de acaso.
Gustavo Ramos, da Som Livre,
conta que há uma receita básica,
mas ela não é necessariamente seguida: músicas que as gravadoras
vão "trabalhar" nas rádios (ou seja, pagarão para que elas toquem)
+ algumas surpresas (artistas novos, por exemplo) + uma ou outra
música antiga (como "Você É
Linda" em "Belíssima") + duas
faixas exclusivas da novela.
"O ideal é haver um equilíbrio
entre as gravadoras, mas nem
sempre é possível", diz Ramos.
Cabe ao diretor musical da Som
Livre, André Werneck, produzir
as trilhas internacionais. Mariozinho Rocha, da Globo, cuida das
nacionais. Eles recebem inúmeros CDs e sugestões. "É um bombardeio de informação. Essa é a
pressão", afirma Werneck.
Mas ele admite que já recebeu
assédios mais explícitos. "Uma
pessoa de uma gravadora me ofereceu um dinheiro muito alto. É
claro que foi recusado", diz.
Mariozinho Rocha afirma que,
com ele, "ninguém se atreveu a isso". "Se fizer, vai tomar um boxe
[soco] na cara", ameaça.
Mas há propostas como a que a
Sony BMG fez recentemente: incluir uma música de Roberto Carlos na próxima novela das 19h para, segundo Rocha, "dar uma revitalizada no disco para o Dia das Mães". "Eu e o [diretor] Wolf Maya ouvimos e não encontramos
personagem para as duas músicas
[oferecidas]. Não entrou", diz.
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