São Paulo, domingo, 02 de abril de 2006

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Composição combina pressão e acaso

DA SUCURSAL DO RIO

A composição de trilhas de novela combina fórmulas, pressões, negociações e um toque de acaso.
Gustavo Ramos, da Som Livre, conta que há uma receita básica, mas ela não é necessariamente seguida: músicas que as gravadoras vão "trabalhar" nas rádios (ou seja, pagarão para que elas toquem) + algumas surpresas (artistas novos, por exemplo) + uma ou outra música antiga (como "Você É Linda" em "Belíssima") + duas faixas exclusivas da novela.
"O ideal é haver um equilíbrio entre as gravadoras, mas nem sempre é possível", diz Ramos.
Cabe ao diretor musical da Som Livre, André Werneck, produzir as trilhas internacionais. Mariozinho Rocha, da Globo, cuida das nacionais. Eles recebem inúmeros CDs e sugestões. "É um bombardeio de informação. Essa é a pressão", afirma Werneck.
Mas ele admite que já recebeu assédios mais explícitos. "Uma pessoa de uma gravadora me ofereceu um dinheiro muito alto. É claro que foi recusado", diz.
Mariozinho Rocha afirma que, com ele, "ninguém se atreveu a isso". "Se fizer, vai tomar um boxe [soco] na cara", ameaça.
Mas há propostas como a que a Sony BMG fez recentemente: incluir uma música de Roberto Carlos na próxima novela das 19h para, segundo Rocha, "dar uma revitalizada no disco para o Dia das Mães". "Eu e o [diretor] Wolf Maya ouvimos e não encontramos personagem para as duas músicas [oferecidas]. Não entrou", diz.


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