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ARTES CÊNICAS
Coordenadora do grupo inglês participa de mesa-redonda em SP
Royal Court reafirma drama do país
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A dramaturgia transborda em
São Paulo e no país. A coordenadora de assuntos internacionais
do Royal Court Theatre, Elyse
Dodgson, volta à cidade na próxima segunda-feira para participar
de mesa-redonda no Centro Cultural São Paulo dentro do ciclo
Nova Dramaturgia, que começa
hoje e programa leitura de seis
textos.
Também a partir de hoje, o grupo Oficina, dirigido por José Celso
Martinez Corrêa, percorre dez
bairros da cidade em "Encontro
com Os Sertões", série de dez leituras de adaptação da obra de
Euclydes da Cunha.
A Cia. Teatro X abriu anteontem o seu 3º Encontro da Nova
Dramaturgia, que acontece em
todas as terças de maio. A Sociedade Lítero-Dramática Gastão
Tojeiro segue com seus encontros. Enfim, são movimentações
em torno de autores -e sempre
com entrada franca.
Fundado em 1870, em Londres,
o Royal Court é um dos principais
centros de pesquisa teatral na Europa. Pelo menos desde a década
de 50, prioriza a formação de dramaturgos (lançou, entre a nova e a
velha-guarda, nomes como John
Osborne, David Hare, Martin
McDonagh e Mark Ravenhill).
Em contato com autores brasileiros desde 2000 (além de São
Paulo, passou por Curitiba e Salvador), Elyse Dodgson se diz satisfeita com a qualidade dos trabalhos que acompanhou.
"Não existe mecanismo ideal
para descoberta de novos autores.
Temos boas peças e bons autores
em qualquer lugar, em escolas ou
comunidades, por exemplo. É importante que não haja patrulhamento na recepção ou descobrimento de novas peças. É essencial
que todos tenham acesso para
mostrar seu potencial", explica
Dodgson à Folha.
Fernando Bonassi e Beatriz
Gonçalves são dramaturgos que
participaram do primeiro intercâmbio de residência do Royal
Court em Londres. No ano passado, o centro inglês realizou
workshop no Teatro Brasileiro de
Comédia (TBC), cujos participantes participam agora do Nova
Dramaturgia no Centro Cultural
São Paulo, uma iniciativa da Secretaria Municipal da Cultura e
do British Council.
No momento, um grupo de autores participa de outro projeto
do Royal Court em Salvador. No
próximo ano, diz Dodgson, mais
cinco brasileiros farão residência
em Londres.
"É importante que os projetos
internacionais sejam prolongados e tenham continuidade. Só
assim possibilitarão o surgimento
de jovens autores e a maturidade
daqueles que iniciaram o intercâmbio", afirma a coordenadora
do Royal Court.
Na mesa-redonda "Dramaturgia em Processo: Royal Court e o
Brasil", ela falará sobre a cena inglesa contemporânea. A pesquisadora Silvana Garcia contextualizará a dramaturgia brasileira dos
últimos anos, sobretudo aquela
que desponta nos palcos paulistanos.
Também participam do encontro os seis autores que serão lidos
no ciclo Nova Dramaturgia: Aimar Labaki, Beatriz Gonçalves,
Celso Cruz , Pedro Vicente, Rubens Rewald e Sérgio Pires. A mediação será feita pela jornalista e
dramaturga Marici Salomão.
Oficina
Em "Encontros com Os Sertões", o grupo Oficina realizará
leituras da adaptação do capítulo
"A Luta", do centenário romance
de Euclydes da Cunha. O texto é
assinado pelo diretor Zé Celso e
pelo ator Marcelo Drummond. O
projeto, que percorrerá casas de
cultura, também inclui cenas curtas realizadas entre "atuadores"
do grupo e oficineiros dos espaços da prefeitura.
"Queremos nos encontrar com
pessoas cujas vidas revelem a herança cultural de Canudos", informa o texto que o Oficina distribuiu à imprensa.
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