São Paulo, sábado, 02 de julho de 2005

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Surfistas mutantes surpreendem

DA COLUNISTA DA FOLHA

A quinta-feira arrastada da São Paulo Fashion Week animou com os desfiles de Maxime Perelmuter, para sua British Colony, e da Forum. O primeiro dedicado exclusivamente ao masculino, conseguiu boas imagens de moda, com um casting bizarro de propósito. A partir do conceito de poluição ambiental, os meninos pareciam mutantes futuristas com os cabelos descoloridos. Partindo da linguagem do surfewear, que não é tão fácil, por já ter sido vista e revista mil vezes, Maxime consegue verdadeiros milagres fashion.
Os looks desafiam o olhar e saudavelmente misturam tudo. Seus garotos são roqueiros, hippies californianos, havaianos, punks, psicodélicos, gringos e brasileiros, deuses das praias. Sensacionais: as bermudas-pareô, a camisaria personalíssima, os neoprenes estampados e camuflados, as t-shirts com a máscara radioativa (que certamente serão hits no próximo verão).
Com a volta na esquina dada recentemente pelo prêt-à-porter global, elegância e uma certa simplicidade minimalista voltaram à moda. E isso Tufi Duek sabe fazer, legado de uma das fases áureas da Forum, nos anos 90. A partir da introspecção que deu certo no último inverno, com o cenário de madeira lembrando uma casa, a idéia volta neste verão, com as projeções da famosa casa de Oscar Niemeyer, no Rio, sugerindo uma "arquitetura de emoções".
O clima de sobriedade e modernismo retrô fez bem à Forum. O começo é simples e bom, num vestido claro, em georgette de seda e algodão em Jeísa. A cintura é um ponto importante do verão da Forum, e as calças marcam a dramática subida do cós.
As rendas nos detalhes conferem feminilidade e provam a valorização do detalhe, como no top rosa sem manga de Carol Trentine ou na saia preta nervurada de Samira (linda). O tecido define o movimento e a construção das roupas, trazendo Tufi Duek em forma para trabalhar o jérsei e as cores fortes (amarelo, azul, verde) e serve de pretexto para a marca se exercitar bem em outro fundamentinho seu, o preto. De vocação comercial, a coleção funciona bem sob luzes, cenografia e música. (EP)


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