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Bambaataa quer fazer grande festa
da Redação
O lendário DJ norte-americano
Afrika Bambaataa volta ao Brasil
pela segunda vez este ano, agora
acompanhado pelo seu grupo de
MCs Soul Sonic Force, para duas
apresentações e uma palestra no
festival de hip hop Dulôco 99, que
acontece neste fim-de-semana.
Bambaataa esteve no país em fevereiro, quando se apresentou no
Rio e em São Paulo e ganhou muitos discos brasileiros, cujos artistas espera encontrar agora.
E, se depender dele, a volta será
uma grande festa com todos no
palco para uma grande jam session. "Queria tocar com o pessoal
do samba, do funk brasileiro, rap,
tudo", disse Bambaataa, em entrevista por telefone de sua casa
em Nova York.
Leia abaixo alguns trechos da
conversa.
(MN)
Folha - O que você conheceu
de música brasileira quando
veio pela primeira vez ao Brasil?
Afrika Bambaataa - Recebi vários discos, e gostaria de encontrar essas pessoas agora porque
gostei muito do que ouvi.
Folha - Como o quê?
Bambaataa - Espere um segundo... Eu não me lembro dos nomes (põe um disco de funk carioca para tocar, "Casual - A Mais
Balançante do Rio)... Ouviu? Eu
adoro isso. Isso é o verdadeiro
electro-funk (risos). Isso é o que
eu quero encontrar. Também ganhei um disco muito louco (põe
para tocar "Eu Tô de Pé", de Bezerra da Silva). Adorei esse som!
Folha - Em fevereiro, você
atuou como DJ no Brasil. E, dessa vez, como vai ser?
Bambaataa - Agora estarei com
a minha banda -e adoro tocar
com minha banda. Vamos fazer
uma grande festa com esses
shows. Espero tocar com Common, com Grandmaster Flash,
com o pessoal do samba, do funk
brasileiro, do rap, tudo.
Folha - O hip hop está no topo
das paradas nos EUA, mas continua underground, como no começo. Como você explica isso?
Bambaataa - Temos duas correntes de hip hop neste momento.
A cultura rap, formada por pessoas que cultuam os rappers, e a
cultura hip hop, a verdadeira escola, com interessados em break,
grafite, DJ, conhecimento. A primeira está em busca só do que há
de mais "quente", do dinheiro. E a
break music, a gogo music, o Miami bass, o hip hop inglês? Há um
universo inteiro!
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