São Paulo, segunda-feira, 02 de setembro de 2002 |
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MEMÓRIA Morte de Hampton cala vibrafone
DA REPORTAGEM LOCAL O vibrafone está mudo. O homem mais importante para esse instrumento até hoje, ao menos no âmbito do jazz, morreu anteontem, em Nova York. Lionel Hampton tinha 94 anos. Um dos últimos tótens vivos da era do swing, esse filho da cidade de Louisville foi um desses sujeitos que pôs mãos na massa em uma das grandes construções dos EUA em todos os tempos: sua música popular. De cada um dos melhores momentos dessa arte, as baquetas de Hampton estiveram por perto. No princípio, eram as big bands. E o rapaz, que ainda batucava baterias, integrava a orquestra de Les Hite quando um de seus trompetistas ocasionais, Louis Armstrong, o conheceu. Satchmo gostou de Hampton e o convidou para uma gravação. No estúdio, havia um vibrafone, e Armstrong perguntou se ele poderia improvisar algo no instrumento. E assim o jazz conheceu o vibrafone. Já morando em Los Angeles, nos primeiros anos 30, o rapaz montou sua própria banda. Até que um segundo gigante cruzou seu caminho: Benny Goodman. O clarinetista, "Rei do Swing", viu Hampton no palco e logo subtraiu o músico para a sua orquestra. O vibrafonista virou rapidamente uma das estrelas dessa big band, uma das melhores de todos os tempos. Já nos 40, o brincalhão Hampton deixa Goodman e investe na big band própria. Com ela, ele gravaria em 1942 a estronda "Flying Home", que seria considerada uma das primeiras rhythm'n'blues da história. Ele não seria dos principais nomes do bebop, mas também ajudou em seu artesanato, com gravações como "Midnight Sun" (1947), na qual tocava o jovem baixista Charles Mingus, um dos incontáveis monstros do jazz que acompanhou. O tempo foi passando e nem derrames seguidos nem um incêndio que devastou sua casa em 97 tiraram a alegria de palco de Hampton, que se apresentava até recentemente. Um ataque do coração terminou essa história. (CASSIANO ELEK MACHADO) Texto Anterior: Disco/crítica: Artista tira o pó do samba em "Intérprete" Próximo Texto: Literatura: "Este é o mundo de Ellroy", diz Ellroy Índice |
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