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"Não promovemos nossa arquitetura"
CRÍTICO DA FOLHA
O arquiteto e historiador Lúcio
Gomes Machado comenta abaixo
a Bienal de Arquitetura.
"Hoje a grande vitória é ela existir. Todas as últimas Bienais
-menos a 4ª- tiveram um problema idêntico, a credibilidade. É
um evento que não tem patrimônio. A única coisa que faz a Bienal
viver é o fato de as pessoas saberem que ela vai acontecer a cada
dois anos, e que a experiência de
uma será transmitida para outra.
Fazer uma nova exposição após
quatro anos é como começar do
zero. No mundo desenvolvido,
um evento desse tipo começa a ser
pensado com seis anos de antecedência. Se você liga para alguém
pedindo o empréstimo de uma
obra para a semana seguinte, a
pessoa acha que você ou é um picareta ou um louco. Então, esta
Bienal é um milagre.
Mas é claro que as Bienais têm
aumentado a discussão interna. O
que acontece é que nós falhamos
em não ter promovido a arquitetura aqui. Se a gente compara
com a Bienal de Buenos Aires
(desde 1985), vê isso. É uma exposição quase privada, mas tem
uma mobilização incrível. O jet-set da arquitetura mundial vai lá e
nem faz escala no Brasil, cuja arquitetura é mais importante."
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