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"Pobreza urbana afeta a Bienal"
CRÍTICO DA FOLHA
A seguir, a historiadora da arquitetura Sophia Telles fala sobre
o legado deixado pelas Bienais
nos últimos dez anos.
"Na 2ª BIA, a sala mais inusual,
a de Jean Nouvel, tinha quatro
projeções de slides simultâneas.
Hoje os meios digitais dominam a
mostra. Os dilemas do pós-modernismo ficaram pequenos com
a velocidade do computador.
Sem dúvida, adquiriu-se know-how de montagem. Há dez anos
havia forte resistência a se fugir de
painéis padronizados, próprios
de concursos e mostras profissionais. Compreende-se uma ansiedade, nas salas brasileiras, em expor o conjunto dos trabalhos, há
poucos livros, revistas precárias.
A 5ª BIA é a mais próxima do
grande público, e não só pela
montagem. A urgência dos problemas urbanos e da pobreza afetou profundamente a arquitetura.
A rigor, hoje não é preciso uma
Bienal para apontar isso, esses temas estão na mídia todos os dias.
Mas em 93 a experiência das primeiras prefeituras petistas nas periferias e favelas era muito nova e
contestada. Algumas mostras de
governo pareciam marketing barato. As salas institucionais desta
Bienal são bem feitas e sérias. O
país mudou muito."
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