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São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2003

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"Pobreza urbana afeta a Bienal"

CRÍTICO DA FOLHA

A seguir, a historiadora da arquitetura Sophia Telles fala sobre o legado deixado pelas Bienais nos últimos dez anos.
 
"Na 2ª BIA, a sala mais inusual, a de Jean Nouvel, tinha quatro projeções de slides simultâneas. Hoje os meios digitais dominam a mostra. Os dilemas do pós-modernismo ficaram pequenos com a velocidade do computador.
Sem dúvida, adquiriu-se know-how de montagem. Há dez anos havia forte resistência a se fugir de painéis padronizados, próprios de concursos e mostras profissionais. Compreende-se uma ansiedade, nas salas brasileiras, em expor o conjunto dos trabalhos, há poucos livros, revistas precárias.
A 5ª BIA é a mais próxima do grande público, e não só pela montagem. A urgência dos problemas urbanos e da pobreza afetou profundamente a arquitetura. A rigor, hoje não é preciso uma Bienal para apontar isso, esses temas estão na mídia todos os dias. Mas em 93 a experiência das primeiras prefeituras petistas nas periferias e favelas era muito nova e contestada. Algumas mostras de governo pareciam marketing barato. As salas institucionais desta Bienal são bem feitas e sérias. O país mudou muito."

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