São Paulo, sexta, 2 de outubro de 1998

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RESTAURANTE - CRÍTICA
Gunnar une extremos

JOSIMAR MELO
especial para a Folha

Publicitário por 30 anos, Gunnar Carioba decidiu migrar para a gastronomia profissional um ano atrás.
Tornou-se sócio do restaurante Danton; invejou o filho, que tinha a Trattoria do Viking (que já não existe) em Campos do Jordão; e, em sociedade com dois amigos, Sylvio Luiz de Paula Souza e Leopoldo Dias Vieira Barreto, terminou por abrir, este mês, uma outra casa: o restaurante Gunnar.
O nome soa nórdico, e não por acaso: Gunnar é filho de mãe sueca e gosta da cozinha escandinava. Mas não só. Como ele, o restaurante adotou uma mistura heterodoxa de cozinha viking com mediterrânea. O sol do meio-dia e o da meia-noite se encontraram em São Paulo.
O ponto de encontro é uma casa colorida, com cores (nas paredes caiadas, nos pratos) de tons provençais. Um bar ao ar livre num canto aprazível -deve ter grande procura no verão.
Só atrapalha a rua, minúscula, soterrada por seis restaurantes num só quarteirão: cicatrizes do caos urbano instituído com a irresponsável nova Faria Lima.
Quem driblar o mau humor do trânsito vai encontrar no Gunnar um ambiente relaxante -uma dose de "acquavit" (o aromático destilado de batata da Escandinávia) ajuda. É o tempo de examinar o cardápio, executado por Ted Carioba, 27, filho do proprietário.
Neste não faltam os sanduíches típicos, abertos sobre uma fatia de pão integral: podem ser cobertos por "gravad lax" (salmão marinado), um correto salmão defumado, sardinhas em conserva de gosto muito tênue e creme azedo, entre outros. As coberturas servem também para os "blinis".
Também francamente trazido das terras do norte é o "pytt y panna", um picadinho sueco feito de carne refogada com cebola e batata (a carne frita demais), servido com ovo pochê e beterraba. Flerta ainda com a região o salmão ao molho bem delicado de "dill", com um leve suflê de abobrinhas. O "smorgasbord", mesa de frios escandinavos, deve aparecer apenas a cada 15 dias, no jantar de sábado.
Fora disso, é o sul da Europa que impera. Pratos franceses (medalhões de filé com molho de trufas ou de pimenta-verde, pato "confit" com lentilhas e "gratin" de batatas); italianos ("carpaccio", espaguete com legumes ao alho e óleo); e até um toque franco-brasileiro ("magret" de pato com molho de jabuticaba). Uma mistura de pratos leves que pode pegar.
²
Restaurante: Gunnar Cotação: Regular/$$ Onde: r. Adolfo Tabacow, 183, Itaim-Bibi, região sul da cidade, tel.: (011)829-9402 Quando: seg. a sáb., 12h às 15h e 19h às 24h Cozinha: escandinava e mediterrânea, uma ao lado da outra Ambiente: casa gostosa, caiada, em cores vivas do Mediterrâneo, com bar ao ar livre Serviço: tranquilo Estacionamento: pago, com manobrista Cartão: nenhum Quanto: couvert, R$ 2; entradas, R$ 5,80 a R$ 10,80; massas: R$ 12,80 a R$ 15,80; peixes, R$ 15,80 a R$ 18,80; carnes e aves, R$ 15,80 a R$ 19,80; sobremesas, R$ 3,80 a R$ 4,20


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