São Paulo, quinta-feira, 02 de dezembro de 2010 |
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CRÍTICA RESTAURANTE Mediterrâneo inspira cozinha do Suez Sem gastronomia múltipla típica da região, casa acerta quando foca nos pratos espanhóis
JOSIMAR MELO CRÍTICO DA FOLHA Poucos restaurantes que se definem como "mediterrâneos" traçam um painel da gastronomia múltipla dos países da região. O Suez tampouco: é mais inclinado para Espanha e Itália, em que pese um ou outro ingrediente do norte africano ou algo de cozinha francesa. O que não quer dizer que uma casa assim seja ruim. Esta, pelo contrário, tem lá suas qualidades, especialmente quando se inspira na cozinha espanhola. O chef e sócio Alex Fediczko, 30, estudou gastronomia, viajou e trabalhou em Portugal e no México. Em 2009, abriu seu negócio e assim nasceu o Suez, na Granja Viana. A filial paulistana abriu em outubro, nos Jardins. Da casa anterior o Suez herdou a atmosfera agradável, o espaço acolhedor, as mesas voltadas para a rua, embora não a riqueza na oferta de vinhos, coisa que, segundo a equipe, em breve deve mudar. No cardápio, a oferta tampouco é extensa, mas tem atrativos. O bom começo é garantido pela seção de "entradinhas", com bocados para comer com a mão. Há dois bolinhos de arroz, um à espanhola (bolinho de paella, com pedacinhos de frutos do mar) e outro à italiana (arancini -também bolinhos de arroz- com queijo gorgonzola e pancetta). Do mar, há o defumado de polvo à galega e os camarões empanados ao molho de mel. Certo desperdício é o presunto cru servido crocante -a textura é gostosa, mas o sabor é inevitavelmente salgado demais. Bom para triturar e condimentar pratos, mas para comer sozinho é duro. Uma gostosa opção é a tábua de tapas, em que uma seleção de petiscos pode ser experimentada e dividida. Há cinco sugestões de pratos de entrada. Entre elas, o pimentão de piquillo recheado de brandade de bacalhau ao molho aioli, uma mistura conhecida e esperta (esse pimentão espanhol chega a ser adocicado, enquanto a brandade traz o sal). Outra é o tartare de cordeiro com pasta de grão-de-bico, mas nesse a carne parece tão moída que perde a textura esperada -quando picada, guarda mais sabor. Dentre os pescados, o robalo com espuma de alho-poró, fricassé de cogumelos e quinua deixa um pouco a desejar, falta perfume aos cogumelos e suculência ao peixe. Mais acertado é o magret de pato com redução de vinho do Porto e figos confitados, onde o doce dominante é equilibrado com um risoto de queijo pecorino. O carré de cordeiro vem em costeletas de diferentes espessuras e, com isso, diferentes pontos de cozimento; vêm com espaguete de pupunha ao creme de parmesão pronunciado, embora com o dispensável azeite de trufa. Uma sobremesa interessante é a terrine de chocolate com sorvete de manjericão. josimar@basilico.com.br SUEZ ENDEREÇO r. Oscar Freire, 155, Jardins, tel. 0/xx/11/3081-7909 FUNCIONAMENTO seg., das 12h às 15h; de ter. a qui., das 12h à 0h; sex. e sáb., das 12h à 1h; e dom., das 12h às 18h AMBIENTE pequeno, com muita madeira e mesas para a rua SERVIÇO corre tranquilamente VINHOS carta poderia ser maior para esse tipo de restaurante CARTÕES M e V PREÇOS entradas, de R$ 23 a R$ 33; principais, de R$ 36 a R$ 120; sobremesas, de R$ 8 a R$ 27 Texto Anterior: Nina Horta: Tempo dos grandes livros Próximo Texto: Lançamentos Índice | Comunicar Erros |
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