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Colette é a loja mais descolada de Paris
da enviada a Paris
A Colette é a loja mais descolada
de Paris. Fica no 213 da rue Saint
Honoré, perto da praça Colette e
atrás do Louvre -e das salas oficiais dos desfiles do prêt-à-porter.
Os fashionistas adoram dar uma
escapada para lá.
Lá dentro, o clima é sempre de
liquidação, com as pessoas andando ansiosas entre os corredores da loja. E não que os preços sejam assim tão convidativos.
Há o que comprar para todos os
bolsos, desde CDs que vão impressionar suas visitas (e fazer você se sentir bem), como o novo do
Air, até os tênis do momento (que
ajudaram a fazer a fama da loja) e
objetos para a casa -de velas a
bonecos.
No subsolo, o famoso "bar de
água" da casa, com garrafas de
água de todo canto do mundo.
Anteontem, depois do fim da
maratona do dia, a mais agitada
festa da semana foi lá, da Polo
Ralph Lauren, em homenagem à
musa fashion Lisa Eisner e suas
"Rodeo Girls", com a exposição
das fotos das moças e às moças
em si (na galeria do mezanino, ladeada pela livraria com os melhores livros e revistas modernas).
"A Colette começou porque não
tínhamos um lugar em que se
reunissem as coisas legais", explica Alain Snege, um francês pequenino e simpático, o inteligente
comprador do segmento fashion
da loja, que começou há dois
anos.
Segundo ele, no início foi difícil
romper o monopólio de exclusividade que algumas multimarcas
de grifes, como a Maria Luisa, impunham a seus estilistas.
"Agora é o contrário: todo
mundo quer estar na Colette",
diz, comemorando a assinatura
do contrato com Hussein Chalayan ("As pessoas queriam comprar suas roupas, mas não tinham
onde").
Com o olhar de seus compradores especializados, portanto, a
marca faz uma pré-seleção das
peças, sugerindo o que de melhor
comprar na coleção de cada uma.
"Compramos somente o que gostamos."
As roupas da Comme des Garçons que estão à venda nesta estação na Colette, por exemplo, de
verão, são aquelas em cor-de-rosa, com babados, drapeados e golas. A Miu Miu é outra marca com
destaque agora (a nova vitrine estreou há uma semana).
A disposição das peças também
é fundamental. Nada dos previsíveis "corners" em que cada grife
tem seu cantinho, mas com looks
espalhados, aparentemente sem
critério, mas harmoniosamente,
entre vendedores que arrumam a
bagunça dos compradores sem
incomodar.
O planeta fashion agradece.
(EP)
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