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LITERATURA
Sociólogo, que perdeu em 2002, disputa a cadeira de Celso Furtado
Jaguaribe deve vencer eleição da ABL
DA SUCURSAL DO RIO
A Academia Brasileira de Letras
(ABL) volta hoje de seu recesso
com uma eleição que não promete surpresas. O sociólogo e cientista político Hélio Jaguaribe, 81, deverá ser eleito com praticamente
todos os 39 votos possíveis para a
cadeira 11, aberta com a morte do
economista Celso Furtado, em 20
de novembro do ano passado.
Seus adversários (Nelson Valente, Marco Aurélio Lomônaco
Pereira e Paulo Hirano) não são
escritores expressivos.
Jaguaribe tenta pela segunda
vez se tornar imortal. Na primeira, em 2002, foi derrotado por
Paulo Coelho. Ambos não conseguiram os 19 votos necessários
para ganhar no primeiro turno e
se enfrentaram no segundo. O autor de "O Alquimista", então, venceu por 22 votos a 15.
"Ele teve uma votação muito
boa na época e só não ganhou
porque muita gente queria a entrada de Paulo Coelho na Academia. Mas, agora, todos perceberam que era a sua vez", diz um
acadêmico.
Já na sessão de saudade dedicada a Celso Furtado, uma semana
após sua morte, Jaguaribe compareceu à Academia, demonstrando sua intenção de se candidatar à cadeira.
A boa acolhida de seu nome entre os imortais desestimulou outros possíveis candidatos, como o
publicitário Mauro Salles.
A cadeira 11 é, no momento, a
única vaga da ABL. Ela foi ocupada durante sete anos pelo economista Celso Furtado, autor dos
clássicos "Formação Econômica
do Brasil" (1959) e "Dialética do
Desenvolvimento" (1964), entre
mais de 30 livros.
Nacionalismo
Teórico e estudioso do nacional-desenvolvimentismo, Jaguaribe é autor de mais de 40 livros,
sozinho ou ao lado de outros intelectuais. Entre suas obras, estão
"O Nacionalismo da Intelectualidade Brasileira", da década de 50,
"Um Estudo Crítico da História",
de 2001, e "Brasil: Alternativas e
Saída", de 2002.
Jaguaribe foi um dos principais
professores do Iseb (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) e lecionou nas universidades norte-americanas Harvard e Stanford e
no MIT (Instituto de Tecnologia
de Massachusetts).
Ele também ocupou o Ministério da Ciência e Tecnologia durante o governo de Fernando Collor de Mello [1990-1992].
Logo depois da morte de Celso
Furtado, surgiu na Academia a informação de que o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso se
candidataria à cadeira 11, mas estaria sofrendo resistências internas. A intenção de se tornar integrante da ABL foi negada por
FHC na época.
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