São Paulo, sexta-feira, 03 de março de 2006

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NAS LOJAS

Hip hop
THE MOUSE AND THE MASK
    
DANGER DOOM
Esse disco não deve sair no Brasil -as gravadoras ainda não descobriram que existe hip hop criativo e inteligente além do mainstream-, mas vale a pena investir alguns dólares ou gastar um tempo fazendo o download da parceria entre o MC MF Doom e o produtor Danger Mouse. Este, ficou famoso com o "The Grey Album", de 2004, em que misturou o "Álbum Branco", dos Beatles, com o "Black Album", do rapper Jay-Z.
POR QUE OUVIR: a produção é impecável, com colagens sonoras inteligentes, dançantes, influências de HQs e rimas certeiras. Não bastasse, tem participação de Talib Kweli (em "Old School") e Gosthface ("The Mask"), entre outros. (AFS)
GRAVADORA: Epitaph. QUANTO: US$ 13 (R$ 29), no www.amazon.com

Pop-Rock
NADA A DECLARAR
   
RENATO GODÁ
Apesar do mesmo look gótico de Robert Smith, do Cure, o som de Renato Godá estaciona mesmo é em outro lugar dos anos 80. Em "Nada a Declarar", seu primeiro CD "de verdade", o músico retoma a tradição de bandas como Titãs, com um pop-rock repleto de referências ao universo alternativo. Nas letras, Godá evoca a paixão pela esquizofrênica paisagem urbana de desencontros amorosos.
POR QUE OUVIR: se a voz de Godá ora lembra a de Paulo Miklos, ora a de Sérgio Britto, boas músicas como "Nada a Declarar" (essa sim com um riff que lembra Cure) ou "Quem Sabe" vão além da mera reverência/influência do Titãs. (BRUNO YUTAKA SAITO)
GRAVADORA: Barraventoartes (distribuição: Tratore). QUANTO: R$ 21, em média.

Pop
THE CONCERT FOR BANGLADESH
   
GEORGE HARRISON AND FRIENDS
O célebre concerto organizado pelo ex-beatle George Harrison, em agosto de 1971, está de volta. Há participações ilustres, entre as quais a de Ravi Shankar, que "revelou" a cítara para a juventude ocidental. Como não pretendia praticar suicídio comercial, a Sony decidiu colocar, na reedição do concerto, agora em caixa com dois CDs, apenas uma música da parte indiana, deixando as demais 17 para o ex-beatle e seus amigos famosos, como Ringo Starr, Eric Clapton e Bob Dylan.
POR QUE OUVIR: Pelos vários hits pop como "Mr. Tambourine Man", "My Sweet Lord" e "Awaiting on You All". (MARCO AURÉLIO CANÔNICO)
GRAVADORA: Sony/BMG. QUANTO: R$ 50, em média.

MPB/Jazz
DUOS 2
   
LUCIANA SOUZA
Lançado agora no Brasil, o último disco norte-americano de Luciana Souza comprova sua capacidade de cantar música brasileira nos EUA sem violentar a tradição da terra natal nem a do jazz. Ela cria scats sem abuso e, como já tinha feito em "Brazilian Duos" (2003), baseia suas interpretações na leveza dos violões de feras como Romero Lubambo e Marco Pereira. Luciana arrisca muito ao gravar "Atrás da Porta" e "Modinha", já clássicas em outras vozes, mas sobrevive.
POR QUE OUVIR: O entrosamento entre voz e violões comove em "Nos Horizontes do Mundo" (Paulinho da Viola) e "Você" (Walter Santos/Tereza Souza, pais da cantora), dentre outras. (LFV)
GRAVADORA: Universal. QUANTO: R$ 38, em média

Pop
AT THIS TIME
   
BURT BACHARACH
"Easy listening" é termo usado normalmente para descrever canções inofensivas, para serem ouvidas enquanto fazemos coisas mais importantes. Coloca-se o compositor norte-americano Burt Bacharach nesse saco, mas sua música é muito mais refinada, complexa, detalhista -não à toa, Noel Gallagher, entre outros roqueiros, é fã. Este disco traz convidados como Elvis Costello ("Who Are These People") e Rufus Wainwright ("Go Ask Shakespeare").
POR QUE OUVIR: Porque é o álbum mais político de Bacharach, e além das linhas melódicas do compositor, traz batidas eletrônicas sutis feitas por Dr. Dre. (THIAGO NEY)
GRAVADORA: Sony BMG. QUANTO: R$ 35, em média.

Rock
KICKING TELEVISION - LIVE IN CHICAGO
   
WILCO
Quando tocaram no Brasil, ano passado, os americanos do Wilco mostraram que um show longo, de quase duas horas, baseado unicamente em músicas alt-country, sem efeitos grandiloquentes, não é tortura chinesa. Por isso, este CD duplo, que reúne 23 canções pinçadas de uma temporada de quatro noites em 2005 na Chicago natal da banda, é um artigo em extinção: o dos registros ao vivo que têm sua razão de existir e são candidatos a clássico no gênero e não apenas mero caça-níquel.
POR QUE OUVIR: porque o Wilco faz parte da tradição americana de bandas que, à parte o excelente trabalho em estúdio, ficam ainda mais geniais quando sobem ao palco. E o CD, magicamente, reproduz essa sensação. (BYS)
GRAVADORA: Warner. QUANTO: R$ 50, em média.


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