São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2007

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Crítica

"Remakes" são necessários de tempos em tempos

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Filmes não são objetos intocáveis e se há uma coisa oportuna neste mundo (o do espetáculo) são os "remakes". Eles funcionam um pouco como as traduções de livros: convém refazê-las de tempos em tempos. Já o original permanece.
Em cinema, o original permanece para o cinéfilo, mas para o grosso das platéias não faz sentido. "O Galante Mr. Deeds", de Frank Capra (1936), é um filme dos anos 30, do tempo da Depressão, de um momento em que a tensão entre egoísmo e generosidade era muito acentuada.
O mundo mudou, mas a mesma tensão se apresenta bem atual, o que justifica perfeitamente a empreitada de "A Herança de Mr. Deeds" (Universal, 21h). Neste filme de 2002, Adam Sandler é o sujeito que ganha uma enorme herança e vai a Nova York, onde não faltará gente disposta a embrulhá-lo. Adam Sandler não é Gary Cooper e muito menos Steven Brill é Frank Capra: o "remake" é uma arte delicada, como a tradução.


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