São Paulo, segunda, 3 de maio de 1999

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"Todo ator deve ser um bicho social"

da enviada ao Rio

Com mais de 50 anos de carreira, o paulista Antonio Abujamra é hoje uma espécie de ícone do teatro brasileiro. Já dirigiu mais de 90 espetáculos e trabalhou com mitos como a atriz Cacilda Becker.
Na TV, não fez trabalho menor, imortalizando seu bruxo Ravengar, da novela "Que Rei Sou Eu?", numa fase em que largou a direção e voltou a ser ator.
Hoje, se divide entre participações na televisão, apresentações de sua peça-confissão "O Veneno do Teatro" e as atividades de Os Fodidos Privilegiados no Rio.
Orgulhoso de sua companhia, diz que são um grupo "livre, aberto" e que "todo ator deve ser um bicho social".
"O teatro é a fornalha em que o ator realmente aprende a executar seu gesto social, sua postura diante da vida, sua visão crítica do mundo. É indispensável que ele saiba o que acontece no planeta, da Bósnia à CPI brasileira".
Seus "filhos" cariocas agora ultrapassam fronteiras: foram convidados para participar, em junho, do 22º Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (Fitei), no Porto, em Portugal.
O evento começa dia 28 de maio e reunirá atrações como La Fura dels Baus, da Espanha.
"O grupo deve sempre tentar outras coisas, continuar inovando. Vão para o Porto, depois Londrina e farão um repertório no teatro Villa-Lobos no Rio... É isso aí."
Mas a ida dos FP ao Porto não está totalmente confirmada. Sem patrocínio, a companhia não tem como pagar as passagens do elenco, que deve levar para o festival português "As Fúrias" e "O Casamento".
"Vamos usar o cachê que o festival vai dar para comprar as passagens. Mais uma vez não vamos ganhar nada: é dura a vida de um fodido privilegiado...", desabafa Filomena Mancuzo, atriz e produtora do grupo. (ES)



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