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"Todo ator deve ser um bicho social"
da enviada ao Rio
Com mais de 50 anos de carreira,
o paulista Antonio Abujamra é hoje uma espécie de ícone do teatro
brasileiro. Já dirigiu mais de 90 espetáculos e trabalhou com mitos
como a atriz Cacilda Becker.
Na TV, não fez trabalho menor,
imortalizando seu bruxo Ravengar, da novela "Que Rei Sou Eu?",
numa fase em que largou a direção
e voltou a ser ator.
Hoje, se divide entre participações na televisão, apresentações de
sua peça-confissão "O Veneno do
Teatro" e as atividades de Os Fodidos Privilegiados no Rio.
Orgulhoso de sua companhia,
diz que são um grupo "livre, aberto" e que "todo ator deve ser um
bicho social".
"O teatro é a fornalha em que o
ator realmente aprende a executar
seu gesto social, sua postura diante
da vida, sua visão crítica do mundo. É indispensável que ele saiba o
que acontece no planeta, da Bósnia
à CPI brasileira".
Seus "filhos" cariocas agora ultrapassam fronteiras: foram convidados para participar, em junho,
do 22º Festival Internacional de
Teatro de Expressão Ibérica (Fitei), no Porto, em Portugal.
O evento começa dia 28 de maio
e reunirá atrações como La Fura
dels Baus, da Espanha.
"O grupo deve sempre tentar outras coisas, continuar inovando.
Vão para o Porto, depois Londrina
e farão um repertório no teatro Villa-Lobos no Rio... É isso aí."
Mas a ida dos FP ao Porto não está totalmente confirmada. Sem patrocínio, a companhia não tem como pagar as passagens do elenco,
que deve levar para o festival português "As Fúrias" e "O Casamento".
"Vamos usar o cachê que o festival vai dar para comprar as passagens. Mais uma vez não vamos ganhar nada: é dura a vida de um fodido privilegiado...", desabafa Filomena Mancuzo, atriz e produtora do grupo.
(ES)
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