São Paulo, segunda, 3 de maio de 1999

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Modernismo influenciou

do enviado a Lisboa

A azulejaria portuguesa no século 20 não passou imune ao modernismo. Apesar de a modalidade artística ter sido enfraquecida pelo Estado Novo português, a partir de 1946, com o artista Jorge Barradas, a técnica ganha novo vigor.
Das obras que criou, são destacados pela revista os azulejos da antiga Embaixada de Portugal no Brasil (no Rio), o Palácio São Clemente. Hoje, o prédio serve de residência consular na cidade.
No vestíbulo, duas figuras, um homem e uma mulher, recortados, dominam a decoração.
Os dois estão ligeiramente inclinados, ele para a direita, ela para a esquerda.
A pintura de azulejo continua sendo uma das possibilidades criadas pela técnica no século 20, mas é, obviamente, a menos difundida.
"O azulejo é um suporte de uma experiência estética, podemos fazer com eles o que quisermos", diz Paulo Henriques, diretor do Museu Nacional do Azulejo.
Em seu artigo na "Oceanos", o historiador discute as possibilidades e as necessidades criadas pela indústria do azulejo.
A partir do uso de padrões, o designer de azulejo desenvolve um modelo que, partindo da forma como é combinado, cria desenhos diferentes. Com as padronagens, em geral de dois planos (um sendo o "negativo" do outro), os criadores de azulejos produzem "obras abertas", ampliando a possibilidade de criação dos que se utilizam das peças, acredita o historiador.
O método é usado por Maria Keil, importante azulejista portuguesa, que combina os módulos com a pintura tradicional. (HCS)


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