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OUTRO LADO
"Assumimos R$ 200 milhões"
da Reportagem Local
Em entrevista à Folha por fax,
ontem, Amílcare Dallevo Jr., sócio-diretor do grupo TeleTV, rebateu os questionamentos sobre a
compra da TV Manchete.
O grupo TeleTV afirma que a
transação com a TV Manchete foi
uma transferência de concessões e
que a TV Ômega (empresa do grupo que adquiriu as concessões)
não assumiu o CGC da antiga rede
de TV, embora tenha herdado dívidas de mais de R$ 200 milhões.
Segundo Dallevo Jr., os R$ 608
milhões de dívidas apurados em
auditoria seriam de várias empresas do grupo Bloch, incluindo a TV
Manchete, a Bloch Som e Imagem
(produtora) e a editora.
"Muito se falou a respeito do valor das dívidas da TV Manchete.
Na realidade, misturava-se dívidas
da TV com de outras empresas do
grupo. A TV Ômega está assumindo dívidas de mais de R$ 200 milhões, principalmente com a Previdência, além de salários atrasados
e empregos. Esta é a realidade",
diz.
Dallevo Jr. afirma que a capacidade econômico-financeira da TeleTV foi "submetida à análise técnica das autoridades competentes,
o que resultou na comprovação".
O sócio-diretor da TeleTV frisa
que já pagou a primeira parcela
dos salários atrasados de 1.500 funcionários e que já iniciou o pagamento das dívidas da Manchete
com a Previdência.
Dallevo Jr. confirma que a Tecplan é ré em duas ações civis públicas por exploração dos telessorteios. Mas argumenta que todos os
sorteios realizados pela empresa
tiveram autorização do Ministério
da Justiça.
De fato, o Ministério Público Federal questionou na Justiça Federal a legalidade das portarias 413/
97 e 1.285, do Ministério da Justiça,
que autorizavam os telessorteios
com base em lei de 1971 que previa
sorteios por entidades filantrópicas. Provisoriamente, a Justiça decidiu que as portarias são ilegais.
"O Ministério Público Federal
entendeu questionar não a empresa Tecplan, mas sim a legalidade de
portarias ministeriais que regulavam a atividade de telessorteios",
afirma Dallevo Jr.
"A Tecplan é ré nessas ações,
juntamente com todas as televisões, a Telesp, a Embratel e a própria União (Ministério da Justiça).
Tudo o que foi feito na época tinha
autorização oficial. Portanto, o envolvimento da Tecplan com esses
aplicativos foi totalmente de acordo e amparado por legislação e regulamentação específica emanada
do próprio Ministério da Justiça."
A suspeita de que grupos estrangeiros estariam por trás da negociação é "absolutamente ficcional", segundo Dallevo Jr., e não
passaria de boato.
Dallevo Jr. diz que a partir de
agosto a Manchete passará a se
chamar Rede TV! e que terá uma
"programação ética e comercial".
"Buscaremos ser uma alternativa
de qualidade na televisão. Acreditamos ser viável comercialmente
uma televisão que transmita entretenimento, informação e jornalismo sério e independente", conclui.
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