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RELÂMPAGOS
A fúria da floresta
JOÃO GILBERTO NOLL
Íamos pela trilha. E precisávamos chegar antes do anoitecer. Num repente mais escuro da mata ele me olhou como se eu quisesse desistir.
"Vamos em frente", falei
num tom a desafiar minha
enraizada surdina. Essa indecisão entre me alavancar ou
me submeter à insone afirmação desse tal parceiro...
Era o fim da trilha. Escutamos um sinal, longínquo.
"De onde virá?", perguntei.
Ele sangrava, tossia tudo. O
verde em sua volta entrava
numa espécie de redemoinho, agora tragava seu corpo
já em catastrófica palidez.
"Vou voltar!", berrei em cega
animosidade. Pouca coisa
restava, muito pouca, ó sim,
quase nada. Pois vejam-me
aqui... oi que sou?
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