São Paulo, Quinta-feira, 03 de Junho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DESIGN
Coleção "Miscigens" foi desenvolvida a partir do universo do instrumentista e tem quatro diferentes linhas
Brown tenta a sorte no mundo das jóias

ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha

Uma série de lançamentos coloca o mercado de jóias outra vez em evidência. O carro-chefe é a coleção "Miscigens", desenvolvida pela H. Stern a partir do universo do instrumentista Carlinhos Brown, em que quatro linhas (batizadas com nomes de suas músicas) desdobram algumas de suas referências visuais e conceituais. O resultado é um dos mais criativos trabalhos estilísticos do meio no país.
"Eles entenderam minha linguagem", comemora o compositor. "Sou de uma camada popular e isso eles afloraram muito." Para Brown, um dos pontos positivos da coleção é o caráter inovador, ao mesmo tempo em que olha para o aspecto ancestral, das raízes do Brasil, da África e da cultura indígena. Tanto que Brown não vê paradoxos entre o luxo e o cotidiano brasileiro a que o artista se refere.
"Jóia é manter a porta da casa limpa", decreta, elegendo como sua favorita a linha "Indiado", desenhada a partir de um cocar de esteira de palha.
A idéia da coleção partiu de Roberto Stern, vice-presidente da joalheria, depois que Brown achou "a sua cara", um colar usado numa entrega de prêmios da MTV. O passo seguinte foi despachar uma equipe de estilo para Salvador e apreender os fundamentos do "mundo Brown". O músico vinha a São Paulo aprovar cada uma das peças, num processo que durou 14 meses. "Foi uma química", garante Stern.
O momento marca uma retomada da jóia, agora mais acessível, depois que o ouro ficou mais barato, quatro anos atrás. "A jóia tomou o lugar da bijuteria, é melhor ter algo para sempre", diz Sheila Dryzun, da joalheria Dryzun, que aposta em itens como a pérola negra como símbolo da valorização da individualidade nesta virada de milênio. No caminho da peça especial e diferenciada estão designers como Antonio Bernardo, que batizou de "Sexo e Romance" sua mais recente coleção, valorizando o prazer de quem usa e o valor da criação artística na surpresa das formas, segundo ele.


Texto Anterior: Música: Otto e Zeca Baleiro discutem a nova MPB
Próximo Texto: Erudito: Quarteto faz jus à música
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.