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São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2003

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DOCUMENTÁRIO

Especial revela os "300, 350" Lobatos

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

De todas as epígrafes que se poderia colocar na trajetória de Monteiro Lobato (1882-1948), nenhuma teria tanta precisão quanto o "Eu sou 300, sou 350", com o qual Mário de Andrade abriu o livro de poemas "Remate de Males" (1930).
Lobato era pelo menos uns 300, e essas "centenas" de Lobatos aparecem nesta noite dentro de quatro linhas estreitas da TV.
A Cultura reprisa hoje a videobiografia "Furacão na Botocúndia", documentário que apresenta nos limites de seus 50 minutos um instantâneo multifacetado do escritor de Taubaté.
Dirigido por Roberto Elisabetsky e roteirizado por José Roberto Torero, colunista da Folha, o vídeo inicia exibindo o rosto infantil, ainda sem o grosso bigode e as sobrancelhas cerradas, e termina no um tanto amargurado criador do personagem "Zé Brasil", precursor dos sem-terra.
Mas não é dentro das molduras rígidas cronológicas que é feito esse panorama do pai da literatura infantil brasileira.
Tomando como base a ótima biografia do escritor que o trio Carmen Lucia de Azevedo, Marcia Camargos e Vladimir Sacchetta lançou em 1997 pela editora Senac (e da qual o filme empresta o nome), o perfil é dividido nas "300" faces de Lobato.
O pintor, o jornalista, o crítico de arte, o empresário, o adido comercial, o editor, o tradutor, o petroleiro...
Depoimentos colhidos com 20 grandes nomes de diversas áreas ilustram os superlativos atingidos por ele nas diversas áreas. O crítico Tadeu Chiarelli testemunha a excelência dele como crítico. O editor Luiz Schwarcz, seu pioneirismo como editor. O contista Marcos Rey (morto em 99) conta como os contos adultos de "Urupês" foram "o maior sucesso na história do Brasil". A escritora infantil Ruth Rocha fecha o documentário: "Foi meu mestre".


MONTEIRO LOBATO: FURACÃO NA BOTOCÚNDIA - direção: Roberto Elisabetsky. Roteiro: José Roberto Torero. Quando: hoje, às 20h, na TV Cultura.


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