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ARTES PLÁSTICAS
Escolha de formato tradicional faz parte da busca por uma edição econômica em setembro de 2004
Pintura volta a ser destaque da Bienal
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
A pintura, quem diria, volta a
ser o destaque da próxima Bienal
Internacional de São Paulo, prevista para ser inaugurada no dia
25 de setembro de 2004. Alfons
Hug, o curador da mostra, espera
que 20% das obras expostas no
evento sejam da mais tradicional
expressão artística.
"Quero fortalecer a presença da
pintura, que tem certo auge na
Europa", diz Hug. O curador enviou uma carta a todos os países
convidados para participar das
representações nacionais propondo maior presença de pinturas e menos vídeos. Será o segundo "retorno à pintura" da Bienal,
já que em 1985, sob a curadoria de
Sheila Leirner, acompanhando o
boom neo-expressionista alemão,
tal vertente foi o destaque.
"Território Livre" é o tema da
Bienal, uma mostra econômica,
perto das edições anteriores. Primeiro porque o curador, contrariamente à tendência internacional de divisão nas curadorias,
consolidada em Kassel, no ano
passado, e Veneza, neste ano, assume a tarefa sozinho de escolher
todos os artistas da mostra temática. "Tenho mais de dois anos para organizar esta Bienal, o que já é
novo. Além do mais, uma curadoria coletiva não é garantia de qualidade. Mas, sem dúvida, trabalhamos para organizar uma Bienal econômica", afirma Hug, que
não diz o valor do orçamento da
exposição.
Em segundo lugar, a mostra terá
menos artistas do que as edições
anteriores: 85 na mostra temática,
cerca de 60 nas representações
nacionais, totalizando 165, 35 a
menos que na 25ª Bienal. O Brasil
terá 15 artistas na mostra principal (foram 30 na passada) e, uma
novidade, voltará a ter um representante nacional. "Estou escolhendo um curador para selecionar o artista brasileiro", diz Hug.
Outra novidade: as salas especiais, que substituíram os núcleos
históricos, também estarão incluídas na mostra principal e, outro reflexo da economia da mostra, não trarão artistas que demandam seguros "caros". Dos
dez, seis já estão definidos: o pintor belga Luc Tuymans, o pintor
chileno Eugenio Dittborn, os chineses Cai Guo Chang e Huang
Yong Ping, o fotógrafo alemão
Thomas Struth e o brasileiro Artur Barrio.
Para escolher os 15 brasileiros
da mostra principal, Hug criou
uma equação: cinco são paulistas,
cinco cariocas e cinco do resto do
país. "Creio que dessa forma é
possível mostrar de forma representativa a produção nacional",
afirma. Os já escolhidos: por São
Paulo, Boi, Caio Reisewitz, Paulo
Climachauska, Laura Vinci e Fabiano Marques; pelo Rio, Lívia
Flores e Cabelo; pelo Recife, Paulo
Brusky.
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