São Paulo, quinta-feira, 04 de janeiro de 2007

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Crítica

Com ambiente elegante, Jow falha na oferta pobre de sushis

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

A primeira impressão que se tem ao entrar no novo Jow Sushi Bar é bem positiva -um local pequeno, com arquitetura discretamente moderna, minimalista, transmitindo uma sensação agradável a quem chega. A segunda impressão, cardápio na mão, começa sendo frustrante quando nos deparamos com a pobreza de oferta de sushis: os peixes disponíveis são "atum, salmão e peixe branco" (além de polvo, salmão, ovas).
Um lugar de aparência contemporânea e elegante continua achando que "peixe branco" é tudo igual? Que robalo ou tainha ou cavalinha ou olho-de-boi são o mesmo tipo de peixe, o "branco" (não são), a ponto de custarem todos o mesmo preço (não podem custar -mas no cardápio, sim)? Que atum não merece ser diferenciado em suas diferentes partes, cada qual com gorduras e fibras e preços diferentes?
Um pequeno alívio ocorre quando o garçom mostra saber que há diferentes cortes do atum (afirma inclusive que a casa dispõe de toro) e consegue enumerar quais dos poucos "peixes brancos" estão disponíveis no dia. O que mostra que existe um potencial para que a casa sofistique um pouquinho sua oferta, até mesmo ajudando a clientela a conhecer um pouco melhor a cozinha japonesa já disponível na cidade.
É o que poderiam fazer os proprietários, que talvez pela juventude tenham sido criados na cultura do sushi adolescente (aquele com pouco peixe e muita manga e maionese) que se tornou moda em São Paulo.
Eles são ambos paulistanos: Sandro Miceli Pina, 30, que vem da área financeira, e Fábio Paiva, 29, da área de eventos. Os dois são amigos de infância e, há um ano, começaram a planejar o restaurante, inaugurado no dia 16 de dezembro.
O balcão de sushi é chefiado pelo pernambucano Anderson João José Filho, 36, conhecido como tio Anderson. Desde 1991 em São Paulo, passou por restaurantes como Mariko e Noyoi. No Jow ele serve rodízio no almoço e no jantar.
À la carte, os sushis são corretos, no estilo miúdo e arroz de razoável sabor (o combinado trará também os indefectíveis enrolados com frutas e cream-cheese e kanikama), ao lado de sashimis de espessura variável (mas pouco variado nos peixes).
A cozinha quente oferece um sukiyaki bem em conta, tempurá, empanados e os teppans que são de lei.


josimar@basilico.com.br

JOW SUSHI BAR
Avaliação: regular
Endereço: r. Ramos Batista, 399, Vila Olímpia, tel. 0/xx/ 11/ 3554-8970
Funcionamento: seg. a qua., das 12h às 15h e das 19h às 23h30; qui., das 12h às 15h e das 19h à 0h30; sex., das 12h às 15h e das 19h à 1h; sáb., das 13h às 16h e das 19h à 1h; dom., das 13h às 16h e das 19h às 23h
Ambiente: pequeno, clean, confortável
Serviço: parece atencioso, ao menos enquanto a casa tem pouco movimento
Vinhos: oferta mínima de saquê
Cartões: D, M e V
Estacionamento: R$ 8
Preços: entradas, R$ 6,50 a R$ 25,50; pratos, R$ 13,90 a R$ 75,50 (para quatro); combinados, R$ 25,90 a R$ 166,70 (para quatro); sobremesas, R$ 4 a R$ 11,80


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