CLÁUDIO CASTILHO
em Los Angeles

A nova-iorquina Leelee Sobieski nunca mede palavras quando a conversa gira em torno dos filmes que já participou, como "Impacto Profundo", da cineasta Mimi Leder, ou "Never Been Kissed", que estréia nos EUA em 99.
Se o assunto em jogo, entretanto, for "Eyes Wide Shut", de Stanley Kubrick, essa extrovertida jovem de 16 anos inevitavelmente pára para pensar muitas vezes antes de tecer qualquer comentário. Leia os principais trechos de sua entrevista à Folha, em Los Angeles.
Folha - Como foi seu primeiro encontro com Stanley Kubrick?
Leelee Sobieski - Antes de conhecê-lo, eu ouvi muita gente falar sobre o suposto comportamento estranho de Kubrick. Nosso encontro serviu para apagar toda aquela imagem negativa. O fato é que Kubrick é um profissional antes de qualquer coisa. Ele é um homem inteligentíssimo, que entende perfeitamente a arte a que se dedica.
Folha - Como ele se comporta no set de filmagem?
Sobieski - Kubrick é um pensador por natureza. Lembro que ele sempre vestia a mesma roupa e passava horas mexendo na barba, pensando, e depois se aproximava dos atores e, em voz baixa, revelava as idéias que surgiram em sua mente para a cena seguinte.
Folha - Como foi contracenar com Tom Cruise e Nicole Kidman?
Sobieski - Eu quase não tive muito contato com Nicole porque minhas cenas são mais com Tom Cruise. No fim das gravações, ele me dava um beijo no rosto e um abraço apertado. Confesso que não resisti à simpatia e ao charme dele. Estaria mentindo se negasse ter ficado caidinha por Tom Cruise, mesmo sabendo que ele é casado e loucamente apaixonado por Nicole. Foi uma paixãozinha de fã.
Folha - Você poderia falar um pouco de sua personagem?
Sobieski - Infelizmente, não. Nós tivemos que assinar uma pilha de documentos nos comprometendo a não falar sobre nossos personagens ou adiantar detalhes do filme.


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