|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ERUDITO
Célebre no exterior, Roberto Minczuk rege "Sinfonia nš9", de Beethoven
Osesp abre hoje temporada 2004
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Peça das mais conhecidas do repertório clássico -tão inescapável que até os celulares já se cansam de executá-la- e com status
de patrimônio mundial da humanidade conferido pela Unesco, a
"Sinfonia nš9 - Coral", de Beethoven (1770-1827) abre a temporada
2004 da Osesp, com ingressos esgotados, de hoje a sexta-feira.
No pódio da Sala São Paulo, o
maestro associado e diretor-artístico adjunto da Osesp, Roberto
Minczuk, terá sob sua batuta quatro solistas -Irene Theorin, Luisa Francesconi, Stephen Gould e
Geert Smits-, o coro da Osesp, o
Coral Paulistano e uma responsabilidade: levar a surrada partitura
ao seu merecido grau de experiência fascinante.
"O desafio sempre existiu. O fato de ser popular traz vantagens e
desvantagens, já que as pessoas
sempre vão compará-la com alguma performance ou gravação
que têm na memória", afirma
Minczuk que, aos 36 anos, é um
dos maestros brasileiros de maior
prestígio no exterior.
Além de suas funções na Osesp,
Minczuk (pronuncia-se "Mintchúk") é maestro associado da Filarmônica de Nova York, trabalhando ao lado de Lorin Maazel.
O brasileiro ainda traz no currículo colaborações com o outro célebre regente, o alemão Kurt Masur,
e freqüentes convites para reger
orquestras no exterior.
Entre as honrarias, Minczuk faz
questão de lembrar a influência
de Neschling. "Conheço-o há 25
anos, e o fato de estar hoje trabalhando com ele na Osesp é uma
coisa que me deixa muito feliz,
que me dá um senso de destino."
As recentes comparações com
maestros renomados do passado,
como Wilhelm Furtwangler e Sergiu Celibidache são recebidas
com os pés no chão. "É um orgulho que aumenta minha responsabilidade, na medida em que
busco desenvolver uma história
própria como artista."
Mesmo seguindo passos de outros maestros com sua carreira no
exterior, Minczuk afirma que não
há uma "escola brasileira" de regência plenamente identificável.
"Temos talentos, mas não temos
ainda uma tradição de ensino,
tanto que fomos todos formados
no exterior."
SINFONIA Nš9 - CORAL. De Beethoven.
Coro e Orquestra Sinfônica do Estado de
SP e solistas, sob regência de Roberto
Minczuk. Quando: hoje e amanhã, às
21h, sáb. às 16h30. Onde: Sala São Paulo
(pça. Júlio Prestes, s/nš, tel. 3337-5414).
Ingressos esgotados.
Texto Anterior: Artes: Brasil é tema de livro e exposição nos EUA Próximo Texto: Música: Sofia Coppola encontra o hip hop na TV paga Índice
|