São Paulo, domingo, 04 de abril de 2004

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TELEVISÃO

Boninho, diretor do "Big Brother Brasil", analisa o sucesso da fórmula e anuncia o "BBB5" para janeiro de 2005

Baderna brasileira anima show europeu

CLÁUDIA CROITOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DO RIO

Fórmula desgastada, falta de conteúdo, festival de asneiras na TV. Pode até ser. Mas, pelo visto, é do que o público gosta. A quarta edição de "Big Brother Brasil" chega ao fim na terça-feira coroando com um sucesso de audiência a aposta da TV Globo em mais uma repetição de seu "reality show" de maior repercussão.
Com 48 pontos de média até a semana passada, a audiência superou a das outras edições -na última terça, dia de eliminação, obteve média de 54 pontos no Ibope e recebeu, segundo a Globo, 13 milhões de votos.
Tanto sucesso fez com que a emissora programasse o "BBB5" para janeiro de 2005, com um começo "surpreendente", segundo o diretor do programa, J.B. de Oliveira, o Boninho.
Para ele o grande trunfo do "Big Brother Brasil" é a edição, que "lembra as novelas". "Conseguimos transformar o desenho do show europeu numa grande baderna brasileira", disse à Folha, por e-mail. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

 

Folha - Muito se diz que o formato do "BBB" está ultrapassado, mas a quarta edição foi um sucesso de audiência. Qual o motivo?
Boninho -
É um bom produto e a linguagem de edição é a grande estrela -realização da editora Fernanda Scalzo. Evitamos ao máximo a exploração e conduzimos tudo com bom humor. O formato de captação lembra as novelas, e isso agrada ao público. Um trabalho do diretor Carlos Magalhães. As intervenções de Pedro Bial são outro ponto importante. E o elenco rendeu de tudo. O programa é transparente, mostramos tudo para o público comentar, depois reproduzimos "editorialmente" o que é comentado.

Folha - O sr. concorda que a edição da discussão entre as participantes Solange e Marcela prejudicou a última ao não mostrar certos trechos do que foi dito?
Boninho -
O "BBB" é multiplataforma: temos o site, Net e Sky [operadoras de TV paga] 24 horas ao vivo e as edições da Globo. Como na Globo o tempo é bem menor, procuramos um resumo próximo do tempo real. Um fato isolado, como a edição de algo que não se encaixa na linha editorial da Globo, não influencia o resultado. O importante é mostrar o que está acontecendo, e não tudo o que está acontecendo.

Folha - Vocês procuraram evitar algum erro das outras edições?
Boninho -
Os principais erros aconteceram no primeiro programa. No início, fizemos uma edição pesada e levamos esse clima para a casa. O resultado foi um desastre: audiência, convivência, nada dava certo. Foram duas longas semanas. Percebemos que o barco iria afundar e viramos o jogo, no rumo da diversão.

Folha - Liberar o consumo de álcool nas festas é um recurso para obter melhores histórias?
Boninho -
Bebida, nudez ou barraco não são sinônimo de audiência. O programa sempre manteve uma audiência alta. As festas servem para animar os moradores. O consumo de bebidas não é totalmente liberado. Caso alguém passe do limite, a responsabilidade é dele. A nossa é puni-lo, diminuindo a quantidade na festa seguinte.

Folha - Como estão os preparativos para o "reality show" "Fama"?
Boninho -
"Fama" está previsto para junho e terá a mesma equipe do "BBB". Teremos foco mais individual nos concorrentes, preservando suas características. Será quase um festival. Não queremos criar talentos, e sim revelar.


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