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TELEVISÃO
Boninho, diretor do "Big Brother Brasil", analisa o sucesso da fórmula e anuncia o "BBB5" para janeiro de 2005
Baderna brasileira anima show europeu
CLÁUDIA CROITOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DO RIO
Fórmula desgastada, falta de
conteúdo, festival de asneiras na
TV. Pode até ser. Mas, pelo visto, é
do que o público gosta. A quarta
edição de "Big Brother Brasil"
chega ao fim na terça-feira coroando com um sucesso de audiência a aposta da TV Globo em
mais uma repetição de seu "reality show" de maior repercussão.
Com 48 pontos de média até a
semana passada, a audiência superou a das outras edições -na
última terça, dia de eliminação,
obteve média de 54 pontos no
Ibope e recebeu, segundo a Globo, 13 milhões de votos.
Tanto sucesso fez com que a
emissora programasse o "BBB5"
para janeiro de 2005, com um começo "surpreendente", segundo
o diretor do programa, J.B. de Oliveira, o Boninho.
Para ele o grande trunfo do "Big
Brother Brasil" é a edição, que
"lembra as novelas". "Conseguimos transformar o desenho do
show europeu numa grande baderna brasileira", disse à Folha,
por e-mail. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.
Folha - Muito se diz que o formato
do "BBB" está ultrapassado, mas a
quarta edição foi um sucesso de audiência. Qual o motivo?
Boninho - É um bom produto e a
linguagem de edição é a grande
estrela -realização da editora
Fernanda Scalzo. Evitamos ao
máximo a exploração e conduzimos tudo com bom humor. O formato de captação lembra as novelas, e isso agrada ao público. Um
trabalho do diretor Carlos Magalhães. As intervenções de Pedro
Bial são outro ponto importante.
E o elenco rendeu de tudo. O programa é transparente, mostramos
tudo para o público comentar, depois reproduzimos "editorialmente" o que é comentado.
Folha - O sr. concorda que a edição da discussão entre as participantes Solange e Marcela prejudicou a última ao não mostrar certos
trechos do que foi dito?
Boninho - O "BBB" é multiplataforma: temos o site, Net e Sky
[operadoras de TV paga] 24 horas
ao vivo e as edições da Globo. Como na Globo o tempo é bem menor, procuramos um resumo próximo do tempo real. Um fato isolado, como a edição de algo que
não se encaixa na linha editorial
da Globo, não influencia o resultado. O importante é mostrar o
que está acontecendo, e não tudo
o que está acontecendo.
Folha - Vocês procuraram evitar
algum erro das outras edições?
Boninho - Os principais erros
aconteceram no primeiro programa. No início, fizemos uma edição pesada e levamos esse clima
para a casa. O resultado foi um
desastre: audiência, convivência,
nada dava certo. Foram duas longas semanas. Percebemos que o
barco iria afundar e viramos o jogo, no rumo da diversão.
Folha - Liberar o consumo de álcool nas festas é um recurso para
obter melhores histórias?
Boninho - Bebida, nudez ou barraco não são sinônimo de audiência. O programa sempre manteve
uma audiência alta. As festas servem para animar os moradores. O
consumo de bebidas não é totalmente liberado. Caso alguém passe do limite, a responsabilidade é
dele. A nossa é puni-lo, diminuindo a quantidade na festa seguinte.
Folha - Como estão os preparativos para o "reality show" "Fama"?
Boninho - "Fama" está previsto
para junho e terá a mesma equipe
do "BBB". Teremos foco mais individual nos concorrentes, preservando suas características. Será quase um festival. Não queremos criar talentos, e sim revelar.
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