São Paulo, terça-feira, 04 de maio de 2004

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REPERCUSSÃO

FERREIRA GULLAR, poeta e crítico:
"Lygia buscava sempre um caminho novo, um caminho diferente. Quando participou do grupo neoconcreto com Hélio Oiticia, Lygia Clark e eu, havia um intercâmbio de experiências, uma mútua influência. É a morte de uma das artistas mais características desse grupo de inquietos".

JOSÉ RESENDE, artista plástico:
"A sensação é a de uma morte que acontece numa atividade plena. A Lygia era uma referência muito feliz para os amigos, por sua convicção, energia e bravura. Foi uma das que levou mais adiante toda a aventura que se iniciou no movimento neoconcreto, que é uma referência fundamental para todos nós artistas que continuamos trabalhando".

TADEU CHIARELLI, crítico e curador:
"O século 20 se fecha efetivamente agora. Lygia Pape foi uma artista que ajudou a multiplicar o quadro da arte brasileira".

GUY BRETT, crítico inglês:
"Sempre gostei da maneira como Hélio Oiticica se referia a Lygia Pape: "Uma semente permanentemente aberta". Seu trabalho tinha muito humor e era sério ao mesmo tempo. Nunca se sabia para onde ela ia, cada obra tinha um grande frescor. Creio que "O Livro da Arte" é uma das grandes obras do abstracionismo".

CLÁUDIA COSTIN, secretária de Estado da Cultura de SP:
"Ela conseguia trabalhar com a arte de uma forma instigante. [A notícia de sua morte] caiu como uma bomba [na abertura da exposição no Paço das Artes]. É uma grande perda para o Brasil".

ANGÉLICA DE MORAES, curadora:
"Lygia é seguramente um dos grandes nomes da arte brasileira contemporânea, tão importante quanto Hélio Oiticica e Lygia Clark. Tem uma obra extensa e extremamente criativa. E, como professora, formou várias gerações de artistas no Rio".

AMÉLIA TOLEDO, artista plástica:
"A Lygia conviveu com a população, filmava as pessoas. Seu trabalho englobava a convivência dela com o povo brasileiro, coisa que o artista geralmente não faz".

RAQUEL ARNAUD, galerista:
"Fico muito sentida. Estive com ela outro dia mesmo para combinarmos de refazer "Ballet Concreto" [apresentada em 1958 no Rio]. Mas, como sempre, os grandes artistas ficam -só dependem então que seus herdeiros ajudem".

LUCIANO FIGUEIREDO, diretor do Centro de Artes Hélio Oiticica:
"Existem muitos artistas, mas não muitos grandes artistas. Lygia era uma grande artista que produziu durante seis décadas".

LEDA CATUNDA, artista plástica:
"Lygia era uma artista genial. Acredito que a obra dela ainda não tenha sido entendida, há uma complexidade que não foi absorvida pelo público".

JAC LEIRNER, artista plástica:
"Artistona, uma pessoa de uma dignidade linda, sempre muito presente, atenta e atenciosa. Brilhante, né? Era uma luzinha ambulante".


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