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Veterano da TV, Ken Kaneko é o único ator japonês residente no Brasil
DA ENVIADA A CAMPINAS
Ken Kaneko, 75, é outro japonês com papel de peso em
"Corações Sujos". Mas, ao contrário dos oito conterrâneos do
elenco, Kaneko mora há 50
anos no Brasil e já foi visto por
aqui em filmes nacionais, programas e comerciais de TV.
Ele veio ao Brasil nos anos
60, como pintor, para participar da Bienal de Artes e outros
salões, o que segue fazendo, seja como artista ou curador. No
fim dos anos 70, foi chamado
para ser cenógrafo de "Gaijin
-°Os Caminhos da Liberdade"
(1980), de Tizuka Yamasaki, do
qual também participou como
ator, assim como na continuação, "Gaijin - Ama-me Como
Sou" (2005), e filmes dos Trapalhões e programas da Globo.
"No meu primeiro trabalho
na Globo, eu fiz um contrabandista muambueiro. A sociedade
japonesa veio dizer: "Você está
fazendo vergonha de japonês".
Eles iam me boicotar", lembra,
entre risadas. "Mas isso já faz
30 anos, japonês mudou."
Em "Corações Sujos", ele faz
o camponês Matsuda. O filme
começa em sua casa, numa festa, quando policiais invadem o
local, tiram a bandeira japonesa estendida e um deles a usa
para limpar a bota. "Sou o único
que pode falar duas línguas, às
vezes misturo um pouco", diz.
"TV sempre debochou de japonês. Esse filme não, mostra a
pureza do coração japonês."
(FE)
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