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FESTIVAL DE BONECOS
Cia. Carroça se apresentou no primeiro final de semana
Família leva utopia ambulante a BH
VALMIR SANTOS
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
"Eu já cantava desde a barriga
da minha mãe", diz Antônio, 15, o
palhaço Aleluia. Ele é um dos filhos da Cia. Carroça de Mamulengos, formada pela família Gomide
França. São oito irmãos, de três a
16 anos, ancorados pela arte popular transmitida pelos pais, Carlos Gomide e Shirley França.
No último final de semana, a
companhia que surgiu em Brasília e percorre o país há 25 anos
passou por Belo Horizonte como
uma das atrações do 3º Festival
Internacional Telemig Celular de
Teatro de Bonecos.
O espetáculo "Histórias de Teatro e Circo" foi apresentado sob
uma árvore cuja sombra delineava o palco imaginário ao ar livre,
no Parque Municipal.
Há quadros com personagens
de reisado e bonecos gigantes, todos confeccionados basicamente
a partir de panos e cabaças.
O número final fica por conta de
palhaços mirins. Carlos Gomide,
46, puxa as músicas em um violão, acompanhado da voz de Maria, 16. Entremeiam histórias com
canções de roda, de ninar e de
acalanto. Shirley, a mãe, incumbe-se de cuidar das trocas de roupa e outras paramentagens atrás
da "coxia", um varal de lençóis
com estampas floridas.
A Burrinha é personagem emblemática da Carroça. Já foi de
Maria e hoje é de Isabel, 3, gêmea
com Luzia. Aliás, Pedro e Mateus,
7, também são gêmeos.
Sem laços de parentesco, os artistas adolescentes Rebeca Queiros e Stalin Diniz completam a
companhia, que já subiu ao palco
com Chico César e experimentou
o assédio da TV. "A Carroça não
acumula bens. Não temos casa,
mas encontramos amigos que nos
dão teto ou nos levam pelo país.
Somos uma utopia ambulante",
diz Gomide. Orçado em R$ 340
mil, o festival começou em 30/5 e
vai até dia 9.
O jornalista Valmir Santos viajou a convite da organização do festival
3º FESTIVAL INTERNACIONAL
TELEMIG CELULAR DE TEATRO DE
BONECOS - R$ 5. Tel. 0/xx/31/3226-8004. Na web: www.fitb.uai.com.br.
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