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São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2003

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Peça conflita identidade e mercadoria

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma mulher deambula por fragmentos de si mesma. Rememora as perseguições da infância e chega ao invólucro da vida adulta, demasiado cansada de ser mais uma "mercadoria" na sociedade. "Eu exerço a anticomunicação dos meus pensamentos", discorre a personagem de Fernanda Barcelos na performance teatral "1974SMPNF", escrita com a diretora Gabriela Flores.
A estréia acontece hoje, atrás do palco do teatro Faap. O título cifrado evoca um código de barras qualquer. Na tentativa de recompor sua identidade, a mulher depara com a involução de um mundo dominado pela massificação.
A performance é sustentada pela ação dramática, pela música eletroacústica e pela projeção de imagens em vídeo e computação gráfica. Barcelos, 28, diz que não se trata de mera vocação multimídia. "A performance discute a nossa relação com as máquinas, com as nossas angústias e até com o próprio ato de criar", afirma Flores, 29, atriz que assina sua primeira direção.
"1974SMPNF" é também um projeto afetivo cultivado há cinco anos. São mais oito pessoas na criação, configurando a companhia Teatro Dual, todos cúmplices desse redemoinho interior premiado recentemente no 5º Festival de Monólogos de Vitória (ES).


1974SMPNF. De: Fernanda Barcelos e Gabriela Flores. Onde: teatro Faap - coxia (r. Alagoas, 903, tel. 0/xx/11/3662-7233). Quando: estréia hoje, às 20h; qua. e qui., às 20h. Até 10/7. Quanto: R$ 10.


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