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Brook encena Beckett no Festival de Londrina
"Fragments" reúne cinco peças curtas do dramaturgo
LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL
A estréia brasileira do mais
recente espetáculo do encenador inglês Peter Brook é o destaque do Filo (Festival Internacional de Londrina), que comemora 40 anos de hoje ao dia 22.
Em "Fragments", o Théâtre
des Bouffes du Nord apresenta
cinco peças curtas de um Samuel Beckett (1906-1989) um
pouco mais solar do que de costume. Uma delas encontra três
senhoras a trocar confidências
num banco de parque; em outra, um cego e um cadeirante
desenvolvem uma relação de
dependência mútua enquanto
rememoram seus amores.
O espetáculo será encenado
em Londrina (PR) de 15 a 17/6
(ingressos esgotados). Do Paraná, segue para Brasília (19 a
22/6, no CCBB), Rio (26 a 29/6,
no CCBB) e São Paulo (3 a 6/7,
no Sesc Santana, a confirmar).
Antes da trupe de Brook,
"L'Oratorio d'Aurélia" abre os
trabalhos, hoje à noite. Nesse
misto de dança, teatro e circo, a
atriz e acrobata francesa Aurélia Thierrée e o bailarino norte-americano Timothy Harling dividem a cena com objetos que
gradualmente ganham vida.
O diretor do festival, Luiz
Bertipaglia, diz que a organização recebeu 612 inscrições para
a edição deste ano. Escalados
para o Filo 2008 estão 43 espetáculos -além dos que passaram pela curadoria, há convidados (veja a programação completa em www.filo.art.br).
É o caso do dinamarquês
"Andersen's Dream" (o sonho
de Andersen), da cia. Odin Teatret, que traz o público para
dentro de um jardim-cenário
em que a neve não cessa. A
montagem, pontuada por improvisações de 14 atores, parte
de um sonho tenebroso registrado pelo escritor escandinavo num diário outonal.
Bertipaglia aposta também
nos tchecos da cia. Farm in the
Cave Studio, que aportam pela
primeira vez no país com "Sclavi - The Song of an Emigrant"
(a música de um emigrante).
Com pouco texto, o espetáculo
tem por matéria-prima músicas do Leste Europeu e cartas
de emigrantes eslovacos.
O diretor afirma esperar repetir o público das edições anteriores -média de 100 mil
pessoas (numa população de
497 mil) nos últimos quatro
anos, segundo ele. Mas reconhece que a efeméride é uma
boa oportunidade para repensar os rumos do evento. "Talvez seja o momento de mudar o
formato. Uma idéia é dividir a
realização do festival em três
momentos", diz.
Nacionais
No front nacional, a programação do Filo prevê sessões de
espetáculos já vistos no eixo
Rio-SP. Passam por Londrina
"Cadela de Vison", em que Renato Borghi flagra as angústias
de um ator nos estertores de
sua carreira, "Vemvai - O Caminho dos Mortos", que recebeu
dois prêmios Shell meses atrás
em São Paulo, e "Mãe Coragem
e Seus Filhos", elogiada revisão
da carioca Armazém para o texto de Bertolt Brecht.
Radicado na capital paulista,
o ator e dramaturgo Mário Bortolotto leva "Chapa Quente",
adaptado dos quadrinhos de
André Kitagawa, à sua cidade
natal. Também locais são os
dois espetáculos inéditos,
"Bendita Geni" e "Conquanto
Sonho", contemplados por um
prêmio instituído pela prefeitura de Londrina.
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