São Paulo, quinta-feira, 04 de agosto de 2005

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CINEMA

Espectadores acusam empresa de inventar textos elogiosos

Sony faz acordo de US$ 1,5 milhão em processo por resenhas de filmes

DA REDAÇÃO

A Sony Pictures Entertainment, braço cinematográfico da multinacional japonesa, fechou um acordo de US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 3,5 milhões) para indenizar um grupo de cinéfilos norte-americanos que haviam processado a empresa, acusando-a de usar falsas críticas para induzi-los a ver filmes "medíocres", segundo informou anteontem Norman Blumenthal, advogado responsável pela causa dos acusadores.
A Sony pagou para encerrar a ação civil coletiva apresentada em 2001 pelo grupo de espectadores. A juíza da Corte Superior de Los Angeles, Carolyn Kuhl, resolveu o acordo na semana passada, antecipando-se a uma audiência marcada para anteontem.
O grupo entrou com a ação após a revista "Newsweek" publicar um artigo em que acusava a Columbia Tristar, que pertence ao grupo Sony, de usar resenhas supostamente escritas por um crítico inexistente, David Manning, para fazer publicidade de vários filmes do estúdio em 2000 e 2001, como "O Homem sem Sombra" e "Coração de Cavaleiro".
Manning, que, segundo a Sony, trabalhava para o pequeno diário "The Ridgefield Press", de Connecticut (EUA), nunca existiu, segundo os acusadores. A empresa não admitiu o erro e não fez comentários, mas preferiu fechar o acordo para evitar os custos e a incerteza sobre o resultado de um processo litigioso. Pelos termos acordados, os espectadores desistiram de suas reclamações.
O acordo inclui todo o público que, entre 3 de agosto de 2000 e 31 de outubro de 2001, comprou ingressos para assistir nos cinemas dos Estados Unidos aos filmes "O Homem sem Sombra" (com Kevin Bacon), "Limite Vertical", "Coração de Cavaleiro", "Animal" e "O Patriota" (com Mel Gibson). Esses espectadores devem registrar uma declaração para ter direito ao reembolso de US$ 5 (R$ 11,70) por ingresso. Qualquer verba que venha a sobrar irá para instituições de caridade.
Após o caso vir à tona, o estúdio suspendeu temporariamente dois executivos e prometeu monitorar com mais afinco suas campanhas de publicidade e anúncios.
A ação foi inicialmente movida por dois cinéfilos da Califórnia que se disseram enganados pela publicidade de "Coração de Cavaleiro". Em um anúncio para o longa, era citada uma declaração do suposto crítico Manning em que chamava o ator do filme Heath Ledger de "o mais quente novo astro do ano". Já no anúncio de "Animal", Manning era citado dizendo: "O time de produção de "O Paizão" entrega outro vencedor".


Com agências internacionais

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