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Dylan causa polêmica ao liberar remix de canção
DJ britânico fez versão dançante de "Most Likely..." para coletânea do cantor
DJ Mark Ronson ganhou fama como produtor de Aguilera e Winehouse; remix tem tonalidade soul e uma sessão de metais funk
DA REPORTAGEM LOCAL
Os gritos de "Judas!" não são
estranhos a Bob Dylan, como
bem sabem os fãs do cantor
-ou qualquer um que tenha assistido ao documentário de
Martin Scorsese sobre ele, "No
Direction Home" (2005).
O cantor os ouviu no histórico Festival Folk de Newport
(EUA) de 1965, quando subiu
ao palco com uma banda elétrica em substituição ao tradicional formato acústico de violão e
gaita, e, em escala menor, torna
a ouvi-los agora devido a outra
"modernização" em sua obra.
A celeuma da vez está sendo
causada pela concordância de
Dylan em ceder uma de suas
canções -"Most Likely You'll
Go Your Way (And I'll Go
Mine)", do clássico "Blonde on
Blonde", de 1966- para ser remixada em versão dançante pelo produtor e DJ britânico
Mark Ronson.
O resultado, que tem um trecho disponibilizado no site
myspace.com/markronson,
foi lançado nas rádios no começo deste mês e vai estar na caixa
"Dylan", coletânea com três
CDs, postais e um livro que deverá ser lançada em outubro.
"É uma vergonha que Dylan
tenha aprovado essa versão. Ficou parecendo uma música de
Carnaval ruim, espero que ele
não estrague outras canções",
disse um fã holandês do cantor
em uma das incontáveis listas
de discussão dylanescas.
Ronson ganhou fama como
produtor de Christina Aguilera
e Amy Winehouse e graças
também a seu disco "Version"
(2006), em que faz versões de
músicas como "Oh My God", do
Kaiser Chiefs (com Lilly Allen
nos vocais).
Seu remix de "Most Likely..."
tem uma tonalidade soul e uma
sessão de metais funk que lembram muito seu trabalho com
Winehouse, além de remeter a
outra versão célebre, a do Junkie XL para "A Little Less Conversation", de Elvis Presley.
A gravadora de Dylan (a mesma de Ronson) não esconde
que a intenção é obter o mesmo
sucesso que o remix de Presley.
"Queremos levar a música de
Dylan a um público não familiarizado com ela, num estilo
parecido com a campanha de
Elvis", disse Mike Smith, executivo da Columbia Records, ao
jornal britânico "The Times".
Não é a primeira vez que canções do astro ganham versões
distantes de sua órbita original.
Como os fãs lembraram durante as discussões, já houve duas
versões obscuras, em forma de
rap: a do grupo Wack Attack para "Subterranean Homesick
Blues" e a dos italianos Articolo
31 para "Like a Rolling Stone".
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