São Paulo, sexta, 4 de setembro de 1998

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VINHOS

Garrafas da argentina fazem sua pré-estréia em São Paulo

JORGE CARRARA
Colunista da Folha

Os vinhos argentinos parecem estar cada vez melhores. Exemplares bem modelados e cheios de fruta estão ocupando o lugar dos vinhos pesados, envelhecidos em excesso e sem graça de antigamente.
A impressão foi reafirmada na quinta-feira da semana passada, quando 17 vinícolas platinas serviram tintos e brancos nos salões do hotel Meliá, em São Paulo. O evento tinha como objetivo divulgar os vinhos argentinos no Brasil.
A apresentação congregou firmas que habitam hoje as prateleiras nacionais (Bianchi, Chandon, Trapiche, Catena, Etchart, Flichman, Weinert e Santa Ana) e outras desconhecidas nas nossas praias, mas nas quais vale a pena ficar de olho, porque em breve devem desembarcar por aqui.
Entre elas, a Viñas de Medrano serviu vinhos bem elaborados como o Malbec (variedade de ponta para os tintos argentinos) safra 97, frutado, saboroso e equilibrado. La Agrícola mostrou também bons vinhos, com destaque para dois Santa Julia Oak Reserve: o Chardonnay 97 (delicado, com carvalho bem dosado) e o Cabernet Sauvignon 96 (um pouco novo, mas com bom conteúdo de fruta).
Na mesa da Lagarde foi servida outra bela edição do seu Crianza, um tinto corte de uvas Cabernet, Malbec e Merlot, bem estruturado, com um toque elegante de carvalho e paladar de boa complexidade e persistência. A Michel Torino trouxe um bom Cabernet Sauvignon, safra 96, redondo e frutado.
A Resero (dedicada tradicionalmente aos vinhos comuns) surpreendeu com uma coleção de vinhos finos, em que brilharam o Chardonnay Alto Agrelo 97 (aroma e paladar com frutas tropicais intensas complementado por suave madeira) e o Araujo Cabernet Malbec 97 (rico, redondo, marcado por frutas vermelhas).
Outra adega tradicional, a Norton, mostrou um painel de muito bom nível, em que sobressaíram os tintos, particularmente o Merlot 95 (de aroma atraente de fruta muito madura, geléias e paladar aveludado) e o Perdriel del Centenario, também 95 (belíssimo na boca, concentrado, com taninos maduros), corte de uvas Cabernet, Malbec e Merlot.
Bela performance também teve a novíssima Viniterra. Especialmente pelo Malbec 97 (macio, intenso, pleno de fruta que impregna o paladar) e Chardonnay 97, de aroma intenso, frutado, com firmes pinceladas de carvalho e de uma riqueza capaz de levar à lona até "crus" da Borgonha.



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