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VINHOS
Garrafas da argentina fazem sua pré-estréia em São Paulo
JORGE CARRARA
Colunista da Folha
Os vinhos argentinos parecem
estar cada vez melhores. Exemplares bem modelados e cheios de fruta estão ocupando o lugar dos vinhos pesados, envelhecidos em excesso e sem graça de antigamente.
A impressão foi reafirmada na
quinta-feira da semana passada,
quando 17 vinícolas platinas serviram tintos e brancos nos salões do
hotel Meliá, em São Paulo. O evento tinha como objetivo divulgar os
vinhos argentinos no Brasil.
A apresentação congregou firmas que habitam hoje as prateleiras nacionais (Bianchi, Chandon,
Trapiche, Catena, Etchart, Flichman, Weinert e Santa Ana) e outras desconhecidas nas nossas
praias, mas nas quais vale a pena
ficar de olho, porque em breve devem desembarcar por aqui.
Entre elas, a Viñas de Medrano
serviu vinhos bem elaborados como o Malbec (variedade de ponta
para os tintos argentinos) safra 97,
frutado, saboroso e equilibrado. La
Agrícola mostrou também bons
vinhos, com destaque para dois
Santa Julia Oak Reserve: o Chardonnay 97 (delicado, com carvalho bem dosado) e o Cabernet Sauvignon 96 (um pouco novo, mas
com bom conteúdo de fruta).
Na mesa da Lagarde foi servida
outra bela edição do seu Crianza,
um tinto corte de uvas Cabernet,
Malbec e Merlot, bem estruturado,
com um toque elegante de carvalho e paladar de boa complexidade
e persistência. A Michel Torino
trouxe um bom Cabernet Sauvignon, safra 96, redondo e frutado.
A Resero (dedicada tradicionalmente aos vinhos comuns) surpreendeu com uma coleção de vinhos finos, em que brilharam o
Chardonnay Alto Agrelo 97 (aroma e paladar com frutas tropicais
intensas complementado por suave madeira) e o Araujo Cabernet
Malbec 97 (rico, redondo, marcado por frutas vermelhas).
Outra adega tradicional, a Norton, mostrou um painel de muito
bom nível, em que sobressaíram os
tintos, particularmente o Merlot
95 (de aroma atraente de fruta
muito madura, geléias e paladar
aveludado) e o Perdriel del Centenario, também 95 (belíssimo na
boca, concentrado, com taninos
maduros), corte de uvas Cabernet,
Malbec e Merlot.
Bela performance também teve a
novíssima Viniterra. Especialmente pelo Malbec 97 (macio, intenso,
pleno de fruta que impregna o paladar) e Chardonnay 97, de aroma
intenso, frutado, com firmes pinceladas de carvalho e de uma riqueza capaz de levar à lona até
"crus" da Borgonha.
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