DA REPORTAGEM LOCAL

Desde sua inauguração, há 23 anos, a Cristal não apenas vende pizzas, mas também obras de arte. O colecionador Paulo Maluhy, um dos sócios, convidou, na época, o marchand Paulo Figueiredo para ser o curador do local.
Tomie Ohtake, Aldemir Martins e Claudio Tozzi são apenas alguns dos artistas que já passaram pelas paredes da pizzaria. "Nos anos 80, vendia-se tudo que era exposto. Hoje temos uma média de 25% de vendas das obras em cartaz", conta Paula Amaral, curadora há dez anos do espaço.
Nesse período, Amaral desenvolveu um programa que mescla mostras de artistas convidados e também clientes com dotes artísticos. "É uma maneira de integrar a clientela, que é muito fiel", conta a curadora. Atualmente, a pizzaria apresenta uma retrospectiva do fotógrafo José Eduardo de Cerqueira Cesar Corbisier.
Em cada exposição, Amaral organiza workshops dos artistas convidados com os garçons. "São eles que estão em contato com os clientes, é importante que saibam detalhes das obras." Assim, o garçom que conseguir vender uma obra acaba também ganhando parte da comissão, o que às vezes representa uma semana de caixinha. E, de quebra, entra nas discussões do restrito universo de iniciados nas artes plásticas.
Outro local com tradição de exposição é o Ritz. Quatro vezes por ano as vitrines do bar são decoradas por artistas, que têm a opção de também apresentarem obras no espaço interno do restaurante. "As vendas são feitas diretamente pelos artistas, nós não recebemos nada", conta Sergio Kalil, um dos proprietários. Em novembro, o Ritz organiza uma mostra de Vania Toledo, do início dos anos 80, para seus 20 anos.
Num outro formato, o restaurante Na Mata apresenta obras num espaço anexo, denominado Paul Mitchell. Em cartaz atualmente, o fotógrafo Francisco Zelesnikar. (FCY)



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