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DOCUMENTÁRIO
"Brasil?...Só Rindo!" cerca o "jeitinho"
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
Não há patrimônio nacional
mais singular e conhecido do que
o "jeitinho brasileiro". Paixão
maldita, diga-se. Muitas vezes renegada, escondida dentro do armário, ela se manifesta com espontaneidade frequente. Quando
menos se percebe, lá está ela novamente.
O documentário produzido pela Rede SescSenac "Brasil?... Só
Rindo!" cerca a "solução transgressora e improvisada para resolver problemas" e tenta achar
explicações históricas para entender o seu funcionamento.
O "jeitinho" é algo universal,
mas é no Brasil que adota ares folclóricos. Basta verificar a quantidade de frases conhecidas e absorvidas pelo imaginário popular
sobre o humor -enquanto solução para mazelas sociais- que
são revolvidas no programa ("rir
para não chorar", "brasileiro,
profissão: esperança").
Nessa perspectiva, o documentário sugere que tudo tenha começado em um período histórico
entre o Descobrimento e a chegada de dom João 6º ao Brasil. Dos
índios, os brasileiros teriam herdado o gosto pelas brincadeiras
lúdicas; da família real, uma situação farsesca, teatro do absurdo.
Há muita seriedade no humor.
E pouca na sisudez, lembram escritores e cartunistas como João
Ubaldo Ribeiro, Chico Caruso e
Miguel Paiva, que são entrevistados no programa. "O humor é
uma maneira de ver as coisas de
cima, com uma certa abstração",
diz Caruso no documentário.
Não houve período, no Brasil,
em que o embate entre a sisudez e
o riso esteve mais ferrenho do que
em períodos de ditaduras. "O sistema autoritário era tão sem autoridade que precisava cercear a imprensa e a caricatura. Como se
fosse possível derrubar um presidente militar com uma charge",
afirma Caruso.
BRASIL?... SÓ RINDO!. Quando: hoje (às
15h) e amanhã (às 9h30 e 2h), na Rede
SescSenac.
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