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São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2003

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DOCUMENTÁRIO

"Brasil?...Só Rindo!" cerca o "jeitinho"

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

Não há patrimônio nacional mais singular e conhecido do que o "jeitinho brasileiro". Paixão maldita, diga-se. Muitas vezes renegada, escondida dentro do armário, ela se manifesta com espontaneidade frequente. Quando menos se percebe, lá está ela novamente.
O documentário produzido pela Rede SescSenac "Brasil?... Só Rindo!" cerca a "solução transgressora e improvisada para resolver problemas" e tenta achar explicações históricas para entender o seu funcionamento.
O "jeitinho" é algo universal, mas é no Brasil que adota ares folclóricos. Basta verificar a quantidade de frases conhecidas e absorvidas pelo imaginário popular sobre o humor -enquanto solução para mazelas sociais- que são revolvidas no programa ("rir para não chorar", "brasileiro, profissão: esperança").
Nessa perspectiva, o documentário sugere que tudo tenha começado em um período histórico entre o Descobrimento e a chegada de dom João 6º ao Brasil. Dos índios, os brasileiros teriam herdado o gosto pelas brincadeiras lúdicas; da família real, uma situação farsesca, teatro do absurdo.
Há muita seriedade no humor. E pouca na sisudez, lembram escritores e cartunistas como João Ubaldo Ribeiro, Chico Caruso e Miguel Paiva, que são entrevistados no programa. "O humor é uma maneira de ver as coisas de cima, com uma certa abstração", diz Caruso no documentário.
Não houve período, no Brasil, em que o embate entre a sisudez e o riso esteve mais ferrenho do que em períodos de ditaduras. "O sistema autoritário era tão sem autoridade que precisava cercear a imprensa e a caricatura. Como se fosse possível derrubar um presidente militar com uma charge", afirma Caruso.


BRASIL?... SÓ RINDO!. Quando: hoje (às 15h) e amanhã (às 9h30 e 2h), na Rede SescSenac.


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