"Grandes Clássicos DC nº 9" traz 13 histórias com personagens como Batman, Superman e Vigilante

PEDRO CIRNE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O roteirista britânico Alan Moore é hoje um dos maiores nomes das histórias em quadrinhos. Ele é quase um mito para os fãs de HQs: excêntrico, brilhante e autor de roteiros tão detalhistas que eles próprios são uma atração à parte.
"Grandes Clássicos DC nº 9 -Alan Moore" traz 13 histórias da época em que o britânico estava alcançando seu status de gênio. São HQs publicadas entre 1985 e 88, unidas por terem sido publicadas pela editora DC Comics.
O elenco dos personagens inclui os poucos conhecidos Vigilante, Vingador Fantasma ou Katma Tui. É curioso perceber a visão de Moore para os personagens mais obscuros, mas os melhores momentos da edição são com os icônicos Batman e Superman.
"A Piada Mortal", publicada como uma "graphic novel" em 1988, traz um dos melhores confrontos entre os arqui-rivais Batman e Coringa. Por um lado, o homem-morcego quer acabar com a eterna luta entre eles e tenta propor uma espécie de aliança. Por outro, o Coringa quer mostrar que nenhum homem, por mais idôneo que seja, está isento da possibilidade de enlouquecer e se tornar um vilão.
Já o Superman é o protagonista de "O que Aconteceu com o Homem de Aço?" Quando a história foi lançada, em 1986, a editora havia decidido zerar as histórias do personagem. As revistas não seriam canceladas, haveria apenas um reinício.
Antes, porém, era necessário um capítulo final que amarrasse os principais vilões, aliados, amigos e amores do Superman em uma história só. E o encarregado de escrevê-la foi Moore.
Em "A Piada Mortal" há a origem do Coringa; em "O que Aconteceu...", a morte do Superman. Dois momentos marcantes, nos quais Moore encontrou espaço para, nos detalhes, expressar seu lado de fã e homenagear personagens como Ás, o Bat-Cão, Batmirim, Super-Mulher e o Rapaz Elástico.
Não é todo leitor que lembra de personagens como esses. E é difícil um roteirista conhecer tão bem a mitologia que envolve os personagens a ponto de usá-los. Moore fazia, e ainda faz, isso: reverencia os autores que vieram antes dele, respeita a história dos personagens, exibe o seu lado fã e, de quebra, escreve grandes HQs. Não foi à toa que se tornou uma referência nos quadrinhos contemporâneos: está tudo lá, inclusive nos detalhes.