São Paulo, quinta-feira, 05 de janeiro de 2006

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QUADRINHOS

Com parceria com a Ediouro, Pixel pretende investir em "graphic novels" e começa com Corto Maltese

Editora se une a especialistas e cria selo só para HQs

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pode não parecer a maneira mais inovadora de começar algo novo, mas é com o relançamento das aventuras do velho marinheiro Corto Maltese (editadas anteriormente pela L&PM), do italiano Hugo Pratt, que surge uma nova editora especializada em quadrinhos no mercado brasileiro.
Fruto da força técnica da Ediouro -dona de um grande parque gráfico e de um bem estruturado sistema de distribuição- somada ao "know-how" em HQs de uma equipe que saiu da Conrad -uma das principais editoras de quadrinhos do país-, a Pixel Media Comunicação surge apostando em dois eixos: segmentação e quantidade.
"Vamos nos concentrar nas "graphic novels", quadrinhos de luxo para um público adulto. E pretendemos lançar muita coisa, ter regularidade e muita entrada em livrarias. Já temos 72 títulos fechados, muitos deles com várias edições", explica André Martins, um dos diretores da Pixel.
As origens da nova editora remontam à cisão que houve na Conrad em agosto do ano passado, quando André Forastieri (ex-editor do Folhateen), um dos fundadores da editora em 1993, se desligou da empresa para criar a Futuro Comunicação, levando consigo o catálogo de revistas (como "Herói" e "PC Magazine") e parte da equipe -a Conrad ficou com a parte de livros e de mangás.
Quando a Ediouro decidiu investir sua estrutura técnica no mercado de quadrinhos, encontrou na equipe da Futuro a experiência necessária na área.
"Arte sofisticada e roteiros inteligentes para o leitor adulto. É essa linha editorial que está fazendo dos quadrinhos o segmento que mais cresce nas livrarias, seja nos Estados Unidos, Europa ou Ásia. É para trazer essa nova abordagem dos quadrinhos que Ediouro e Futuro se uniram para criar a Pixel Media Comunicação", explica o comunicado assinado pelo diretor de publicações da Ediouro, Luiz Fernando Pedroso.
Entre as principais concorrentes da Pixel estão editoras como a Devir (que tem títulos de mestres das "graphic novels" como Alan Moore e Frank Miller), a Opera Graphica (que tem uma linha de álbuns de luxo), a Casa 21 (da coleção "Cidades Ilustradas") e a própria Conrad, que segue uma linha mais "underground", com autores como Robert Crumb.
Para concorrer, a Pixel Media estréia com a série "Corto Maltese", de Hugo Pratt -o primeiro volume, "A Balada do Mar Salgado" (R$ 33), é lançado neste mês- e promete ainda títulos como "Guliveriana" (do mestre do erotismo Milo Manara) e "Coração do Império", do britânico Bryan Talbot. Entre os brasileiros, o primeiro investimento é em "O Curupira", álbum inédito de um dos maiores desenhistas do país, Flávio Colin (1930-2002).


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