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QUADRINHOS
Com parceria com a Ediouro, Pixel pretende investir em "graphic novels" e começa com Corto Maltese
Editora se une a especialistas e cria selo só para HQs
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pode não parecer a maneira
mais inovadora de começar algo
novo, mas é com o relançamento
das aventuras do velho marinheiro Corto Maltese (editadas anteriormente pela L&PM), do italiano Hugo Pratt, que surge uma nova editora especializada em quadrinhos no mercado brasileiro.
Fruto da força técnica da Ediouro -dona de um grande parque
gráfico e de um bem estruturado
sistema de distribuição- somada ao "know-how" em HQs de
uma equipe que saiu da Conrad
-uma das principais editoras de
quadrinhos do país-, a Pixel Media Comunicação surge apostando em dois eixos: segmentação e
quantidade.
"Vamos nos concentrar nas
"graphic novels", quadrinhos de
luxo para um público adulto. E
pretendemos lançar muita coisa,
ter regularidade e muita entrada
em livrarias. Já temos 72 títulos fechados, muitos deles com várias
edições", explica André Martins,
um dos diretores da Pixel.
As origens da nova editora remontam à cisão que houve na Conrad em agosto do ano passado,
quando André Forastieri (ex-editor do Folhateen), um dos fundadores da editora em 1993, se desligou da empresa para criar a Futuro Comunicação, levando consigo o catálogo de revistas (como
"Herói" e "PC Magazine") e parte
da equipe -a Conrad ficou com a
parte de livros e de mangás.
Quando a Ediouro decidiu investir sua estrutura técnica no
mercado de quadrinhos, encontrou na equipe da Futuro a experiência necessária na área.
"Arte sofisticada e roteiros inteligentes para o leitor adulto. É essa
linha editorial que está fazendo
dos quadrinhos o segmento que
mais cresce nas livrarias, seja nos
Estados Unidos, Europa ou Ásia.
É para trazer essa nova abordagem dos quadrinhos que Ediouro
e Futuro se uniram para criar a Pixel Media Comunicação", explica
o comunicado assinado pelo diretor de publicações da Ediouro,
Luiz Fernando Pedroso.
Entre as principais concorrentes da Pixel estão editoras como a
Devir (que tem títulos de mestres
das "graphic novels" como Alan
Moore e Frank Miller), a Opera
Graphica (que tem uma linha de
álbuns de luxo), a Casa 21 (da coleção "Cidades Ilustradas") e a
própria Conrad, que segue uma
linha mais "underground", com
autores como Robert Crumb.
Para concorrer, a Pixel Media
estréia com a série "Corto Maltese", de Hugo Pratt -o primeiro
volume, "A Balada do Mar Salgado" (R$ 33), é lançado neste
mês- e promete ainda títulos como "Guliveriana" (do mestre do
erotismo Milo Manara) e "Coração do Império", do britânico
Bryan Talbot. Entre os brasileiros,
o primeiro investimento é em "O
Curupira", álbum inédito de um
dos maiores desenhistas do país,
Flávio Colin (1930-2002).
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