São Paulo, sexta-feira, 05 de janeiro de 2007

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CDs

Pop
Produced by George Martin
    
VÁRIOS
Gravadora:
EMI; Quanto: R$ 32
Incrustado no DNA da espécie, o produtor-chave dos Beatles seleciona o melhor de sua produção. Temas instrumentais, como a abertura da Radio 1, em 1967, e a conhecida "Pepperland Suite", que sonorizou variados programas no Brasil, se misturam a clássicos como "I Wanna Hold Your Hand" (único original dos Beatles presente) e ao tema de James Bond "From Russia with Love", cantado pelo Sinatra britânico, Matt Monro. Relíquias interessantes, como Peter Sellers declamando a letra de "A Hard Day's Night", deixam o álbum ainda mais interessante.
POR QUE OUVIR: Apesar de britânico demais em certos momentos, o disco expõe o bom gosto do "quinto Beatle", cujo trabalho revolucionou e enriqueceu o pop. (MÁRVIO DOS ANJOS)

Rock
Anotherspot
   
PELVS
Gravadora:
Midsummer Madness; Quanto: R$ 25
O mundo pop dá voltas. Quando a banda carioca Pelvs surgiu, há 15 anos, quem cantava em inglês tinha que ouvir críticas negativas em bom português mesmo. Mantiveram pé firme e lançam seu quarto CD, agora num cenário diferente, com o CSS fazendo sucesso no exterior. Hoje um septeto, com quatro guitarras, o grupo aprimorou seu estilo, está mais pop (dentro dos seus parâmetros), calcado numa psicodelia melancólica que lembra tanto bandas shoegazer quanto nomes dos 80, como Cocteau Twins. Em "Tupiguarani", mandam o recado: "Words don't fit in portuguese/ english flows more naturally" (as palavras não se encaixam em português/ inglês flui mais naturalmente).
POR QUE OUVIR: Excelentes momentos como "Indian Maracas" e "Beans Can't Clap" têm toques brasileiros quase subliminares, para quem sente falta de "brasilidade" na Pelvs. (BRUNO YUTAKA SAITO)

Instrumental
Casa Forte
   
MAURO SENISE
Gravadora:
Biscoito Fino; Quanto: R$ 32, em média
Escolher a obra de Edu Lobo como matéria-prima praticamente garante um bom disco. O flautista e saxofonista Mauro Senise ainda se cercou de ótimos músicos (Gilson Peranzzetta à frente), ganhou de Edu dois belos temas inéditos ("Arpoador" e "Valsa Carioca") e procurou ser fiel ao compositor sem ser careta, abrindo vários espaços para improvisação e recriando clássicos como "Ponteio". Em algumas passagens de algumas faixas ("Choro Bandido", "Beatriz"), talvez o sax alto de Senise, de acordo com seu estilo, fique doce até demais.
POR QUE OUVIR: São boas interpretações de grandes músicas, e ainda tem a voz de Edu fechando o CD com "Canção do Amanhecer". (LUIZ FERNANDO VIANNA)

Erudito
Copying Beethoven
   
VÁRIOS
Gravadora:
Decca; Quanto: R$ 42, em média
O excelente Quarteto Tákacs, da Hungria; a Orquestra do Concertgebouw, de Amsterdã; e pianistas do naipe de Stephen Kovacevich e Vladimir Ashkenazy interpretam trechos de obras-primas, como a "Grande Fuga", a "Nona Sinfonia" e as "Variacoes Diabelli" na trilha sonora de "O Segredo de Beethoven", ficção cinematográfica distantemente baseada na biografia do compositor germânico.
POR QUE OUVIR: A trilha sonora é, sem dúvida, o único item aceitável do insosso e dispensável filme de Agnieszka Holland, que está em cartaz no país há duas semanas. Intérpretes de peso entregam leituras convincentes de obras-primas do repertório de Beethoven. Melhor que isso, só se essas obras estivessem na íntegra. (IRINEU FRANCO PERPETUO)

Trilha sonora
Pé na Jaca
 
VÁRIOS
Gravadora:
Som Livre; Quanto: R$ 25, em média
Cidade Negra ao vivo, Marjorie Estiano, Sandy & Junior, Lenine, Negra Li retrabalhando uma música da Marisa Monte, um Ivan Lins em parceria com Paulo César Pinheiro, uma Elis dos anos 80. A trilha sonora da novela das sete da Globo é um retrato da trágica música pop brasileira de hoje. Ou, com otimismo, de como a música pop brasileira funcionava até agora: os novos caminhos estão no ar. Quem sabe em breve até as nossas trilhas assumam alguma responsabilidade e aceitem trabalhar com músicas mais pelo valor artístico do que pelo planejamento de marketing, juntando artistas sem saudosismo exagerado nem a nulidade dos cantores que fazem apenas o que lhe mandam seus produtores.
POR QUE NÃO OUVIR: Ter o gosto ditado pelo marketing da gravadora é assinar atestado de ingenuidade. (RONALDO EVANGELISTA)

DVDs

Rock
Festival 2005
  
THE CURE
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 53, em média
Uma das bandas mais excitantes do pós-punk britânico, o Cure, com o passar de três décadas, foi se tornando um grupo burocrático e grandiloqüente (no número de integrantes e na sonoridade). Ficou obsoleto, chato, datado, até a geração nu metal e emo resgatar o grupo. Com a sobrevida, o líder Robert Smith deu uma sacudida, demitiu integrantes e fez um enxuto quarteto, sem teclados. Este DVD registra apresentações pela Europa e tenta reproduzir em imagens, sem sucesso, o espírito mais cru, punk, dessa nova formação. Punk não é sinônimo de desleixo, vale lembrar.
POR QUE ASSISTIR: Sem teclados, hits como "In Between Days" e "Just Like Heaven" ficam com cara de banda de garagem. (BYS)


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