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Crítica
"Paranoid Park" respeita vulcões da juventude
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Não há momento mais
dramático que a adolescência, quando o
próprio estar no mundo ganha
novos desenhos e, pior, a introspecção é geralmente desrespeitada pelos adultos, que
pelejam entender seus jovens.
O cinema não é diferente, e
muitos filmes explicam e julgam seus adolescentes. É por
essas que Gus van Sant hoje é
quem melhor registra a juventude no cinema. Em "Elefante",
por exemplo, ele tinha tudo para fazer sensacionalismo com a
matança em Columbine, mas
optou pelo registro observacional para focar os personagens.
"Paranoid Park" (TC Premium, às 22h; não indicado a
menores de 12 anos) fala do
skatista Alex, 16, sua namorada
chata, a morte acidental que ele
provoca a um ferroviário etc.
Dos últimos Van Sant, é o que
mais foge do "documental" e se
aproxima de um certo "expressionismo", com música de Nino
Rota e imagens alucinógenas
remetendo à percepção do garoto, apesar de se manter à superfície, respeitando os vulcões
interiores de Alex.
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