São Paulo, sábado, 05 de março de 2011

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IAC negocia transferir sede para casarão

Imóvel tombado pertence a shopping; instituto foi despejado pela USP em fevereiro

FABIO CYPRIANO
DE SÃO PAULO

A mudança deve ser de apenas mil metros de distância. O Instituto de Arte Contemporânea (IAC), que perdeu sua sede após a USP não renovar o convênio de colaboração, está em negociação para transferir sua área expositiva para um casarão tombado, que hoje faz parte do shopping Pátio Higienópolis.
"Por intermédio do Andrea Matarazzo [secretário de Estado da Cultura] estamos discutindo nossa ida para o casarão com a direção do shopping", disse Pedro Mastrobuono, presidente do IAC.
Como contrapartida, o IAC inscreveu-se num programa de mostras itinerantes da Secretaria de Cultura.
"Até que a nova sede de fato possa ser utilizada, devemos apresentar nossas exposições em outras cidades, e a primeira deve ocorrer em Ribeirão Preto", conta.
O imóvel, que é tombado, foi construído na década de 1920 e adquirido do Estado pelo shopping em 2005, por R$ 19,55 milhões, através de um edital.
Uma das cláusulas do edital previa que parte do imóvel (537 m2 do total de 2.463 m2) deveria ser cedida gratuitamente ao Estado para uso cultural por 20 anos.
Atualmente, o local está sendo restaurado e, segundo a assessoria do shopping, deve ficar pronto em dois anos.

DESPEJO
O IAC foi despejado de sua sede pelo reitor da Universidade de São Paulo (USP), João Grandino Rodas, no fim do ano passado.
"Pretende-se conferir identidade institucional ao conjunto da Maria Antonia, espaço que se confunde e, ao mesmo tempo, simboliza a história da USP", justificou Maria Arminda do Nascimento Arruda, pró-reitora de Cultura e Extensão da USP.
O convênio de colaboração com o IAC, que gastou R$ 5 milhões para reformar o edifício Joaquim Nabuco, na rua Maria Antonia, teve início em 2001, prevendo renovação a cada cinco anos.
Por carta, no final do ano passado, o reitor comunicou que não iria manter o convênio e pediu o imóvel em 18 de janeiro, durante uma mostra programada. A reitoria, então, admitiu que a mostra permanecesse em cartaz.
Agora, o IAC negocia com a reitoria um prazo maior para desocupar a parte administrativa e onde está seu acervo de documentos.
"Nossa saída será definitiva, estamos apenas acertando prazos e o diálogo com a USP está ocorrendo muito cordialmente", diz Mastrobuono.


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