THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos mais conhecidos rappers norte-americanos, Ja Rule está no meio de um inferno astral, para dizer o mínimo:
1) Seu último álbum, "R.U.L.E.", lançado em novembro passado, é o que menos vendeu em comparação aos seus outros cinco CDs;
2) Seu chefe e amigo, Irv Gotti, o proprietário da gravadora Murder Inc. -hoje apenas Inc. (mudou de nome após várias críticas de incentivo à violência devido ao "murder"; assassino)-, é acusado pelo FBI de lavar US$ 1 milhão de origem suspeita. Se condenado, pode pegar 20 anos de prisão;
3) No mês passado, teve que pedir desculpas públicas à cidade de Toronto por ter se metido em uma confusão num clube da cidade. Numa briga, bateu em um homem que, segundo a versão do rapper, estava tirando sarro dele. Para evitar processo judicial, pagou multa de US$ 1.200;
4) Enquanto isso, vê 50 Cent, seu maior rival, chegar ao topo da parada americana com o último disco, "The Massacre".
Parte da estratégia de superar os problemas é entrar em turnê, e dois desses shows acontecem no Brasil: o primeiro a partir das 21h de hoje, em São Paulo, no Tom Brasil, e o segundo sábado, no Chevrolet Hall, em Recife.
É a terceira passagem de Ja Rule pelo país. Em 2000, fez uma apresentação no Palmeiras; no ano passado, participou do Hip Hop Manifesta, no Rio e em Santa Catarina, festival que teve também seu conterrâneo Snoop Dogg.
Nascido e criado no Queens, em Nova York, Ja Rule despontou para o hip hop em 1999, com "Venni Vetti Vecci". O CD trazia, junto com o grave vozeirão do cantor, batidas em que o rap ganhava leveza com elementos de r&b.
Depois vieram "Rule 3:36" (2000), o sucesso "Pain Is Love" (2001), "The Last Temptation" (2002) e "Blood in My Eye" (2003), este contendo fortes ataques a 50 Cent.
Alguns de seus hits, como "Wonderful", "Hola Hola" e "What's Love" foram bastante executados nas rádios brasileiras.
Com mais de 10 milhões de discos vendidos, Ja Rule iniciou carreira também no cinema. Já estrelou "Velozes e Furiosos" e "Todo Mundo em Pânico 3".