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Um Woody Allen sem nobreza
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
OK, não são poucas as
pessoas que juram ter gostado do "Match Point" de
Woody Allen. A mim não
impressiona tanto. Allen dirige com muita correção,
como não é de seu feitio.
Acompanha o rigor da trama policial e flerta com
"Crime e Castigo" e a ópera,
o que cria a segurança da
herança artística "nobre".
Mas vamos convir: qualquer um que não ele poderia ter feito esse filme. Já
"Igual a Tudo na Vida"
(TC Cult, 23h50) me parece
mais interessante e pessoal
em sua modéstia (ou falsa
modéstia). Ali, Allen faz um
velho roteirista, mentor do
jovem Jason Biggs.
Em suma, temos o velho
Allen olhando o jovem
Woody, como que num espelho. O tempo passado se
recompõe. Há um certo relaxo na mise-en-scène. É só
cinema. Não precisa levar
tão a sério.
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