São Paulo, segunda-feira, 05 de maio de 2008

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Estúdios acobertavam "escândalos"

DA REPORTAGEM LOCAL

Para conter o vazamento das histórias que ameaçavam a imagem do galã -e a vida homossexual de Clark Gable tinha um potencial tão escandaloso quanto sua fama- os estúdios erguiam uma indústria paralela de ficção.
No caso de Gable, reforçavam o estereótipo de masculinidade abusando de cenas em que aparecia com os pêlos do peito à mostra. Insistiram inclusive que ele se alistasse no Exército e inventaram uma falsa paternidade: o ator teria engravidado uma mulher na Inglaterra sem nunca deixar o país.
Um publicitário chegou a obrigar Gable a sustentar o pai, com quem havia rompido relações, apenas para mostrar que viera do convívio rural na infância sua predileção pela caça, a pescaria e a vida em contato com a natureza, valores de robustez.
Em seu contrato com a MGM, uma cláusula dizia que, como artista da casa, ele não poderia se envolver em atos ofensivos ou que pudessem expor o estúdio ao ridículo.
"Os atores conseguiam tudo o que queriam, mas os estúdios os sugavam até o fim", lembra Bret, descrevendo uma época de verdades fabricadas.
Como o segundo casamento de Gable, com Ria Langham, aconteceu antes de seu primeiro divórcio e não tinha validade legal, a MGM bancou uma nova cerimônia apenas para a imprensa.
Mas era só fantasia, numa época em que era comum figurantes morrerem nas filmagens e estúdios acobertarem assassinatos e suicídios. "Ninguém estava a salvo." (SM)


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