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Estúdios acobertavam "escândalos"
DA REPORTAGEM LOCAL
Para conter o vazamento das histórias que ameaçavam a imagem do galã
-e a vida homossexual de
Clark Gable tinha um potencial tão escandaloso
quanto sua fama- os estúdios erguiam uma indústria paralela de ficção.
No caso de Gable, reforçavam o estereótipo de
masculinidade abusando
de cenas em que aparecia
com os pêlos do peito à
mostra. Insistiram inclusive que ele se alistasse no
Exército e inventaram
uma falsa paternidade: o
ator teria engravidado
uma mulher na Inglaterra
sem nunca deixar o país.
Um publicitário chegou
a obrigar Gable a sustentar
o pai, com quem havia
rompido relações, apenas
para mostrar que viera do
convívio rural na infância
sua predileção pela caça, a
pescaria e a vida em contato com a natureza, valores
de robustez.
Em seu contrato com a
MGM, uma cláusula dizia
que, como artista da casa,
ele não poderia se envolver em atos ofensivos ou
que pudessem expor o estúdio ao ridículo.
"Os atores conseguiam
tudo o que queriam, mas
os estúdios os sugavam até
o fim", lembra Bret, descrevendo uma época de
verdades fabricadas.
Como o segundo casamento de Gable, com Ria
Langham, aconteceu antes de seu primeiro divórcio e não tinha validade legal, a MGM bancou uma
nova cerimônia apenas
para a imprensa.
Mas era só fantasia, numa época em que era comum figurantes morrerem nas filmagens e estúdios acobertarem assassinatos e suicídios. "Ninguém estava a salvo."
(SM)
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