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Burman quer filmar longa no Brasil
Novo projeto do diretor argentino, que lança "Dos Hermanos" no país natal, será aventura com orçamento ambicioso
Com mais momentos cômicos, longa que acaba de estrear na Argentina volta a abordar maturidade e "mudanças inevitáveis"
DENISE MOTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM
MONTEVIDÉU
A poucas horas da pré-estreia, na Argentina, de seu mais
novo longa-metragem -"Dos
Hermanos", que foi apresentado em 70 salas de todo o país na
última segunda-feira-, o diretor Daniel Burman diz que, pela primeira vez, está se sentindo plenamente satisfeito com o
resultado de um filme.
Também lhe entusiasma a
ideia de partir para o próximo
projeto, que deverá ser o "mais
ambicioso" de toda a sua filmografia e terá, entre outras locações, o Brasil como cenário.
"Será uma grande aventura",
conta à Folha.
O novo trabalho, que está
sendo mantido em segredo absoluto, será também, segundo
ele, "algo muito importante,
que terá o envolvimento de vários países" e um orçamento
que deve superar os US$ 2 milhões (aproximadamente R$
3,5 milhões) que custou "Dos
Hermanos", o filme mais caro
de toda a carreira de Burman
até o momento.
A trama, que chegou no dia 1º
de abril aos cinemas argentinos, é estrelada pelos atores
Graciela Borges e Antonio Gasalla (um humorista muito popular no país vizinho) e narra a
história de dois irmãos que necessitam reconstruir a relação
depois que a mãe morre.
Além de se manter atento
aos desafios que permeiam a
vida na maturidade (como em
seu filme anterior, "Ninho Vazio", de 2008, em que o diretor
de 36 anos contemplava a rotina de um casal depois que os filhos saem de casa), Burman
também segue fiel à predileção
por protagonistas às voltas
com mudanças inevitáveis.
""Dos Hermanos" segue certo
padrão comum a outras histórias que já filmei, tem esse
olhar de piedade sobre os personagens e sobre o mundo que
os cerca. São pessoas sempre
em transição que parecem não
poder se transformar em nada", afirma.
"Neste caso também, trata-se de dois irmãos que, já na
meia-idade, estão mais próximos do fim do que do começo
da vida", diz.
"A mudança sempre está relacionada com a possibilidade
de transformação que se tem.
Tenho interesse por esses personagens que podem se libertar, mesmo que minimamente", conta.
Talvez por conta de ter a participação de um reconhecido
humorista como protagonista
da trama -ainda que a atuação
de Gasalla na tela grande esteja
longe dos personagens que lhe
garantem o êxito televisivo-, o
filme apresenta uma cota de
comicidade mais evidente.
"Existe muito humor, mas
também muito drama. Em
"Dos Hermanos", pode ser que
os momentos cômicos estejam
mais marcados."
O resultado final é, segundo
o próprio Burman, o longa que
ele mais está celebrando.
"Existe algo na costura deste
filme de que gosto muito. Em
geral, quando se chega ao final
de uma obra, você já não a
aguenta mais. Mas, nesta, vejo
as imagens, revejo todo o trabalho com satisfação."
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