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Análise
Ele celebrizou o tipo "cool", mas com carisma
PEDRO BUTCHER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
David Carradine aparece
nos créditos de mais de uma
centena de filmes e programas de televisão. Nascido e
criado em Los Angeles, filho
do ator John Carradine, ele
fazia parte de típica família
do showbiz hollywoodiano.
Quentin Tarantino não escolheu o ator para fazer "Kill
Bill" à toa. Reza a lenda que
ele teria entrado no filme depois da desistência de Warren Beatty. Tarantino reescreveu o papel especialmente para Carradine. Como é
comum em sua obra, recuperou uma figura que estava esquecida e adicionou novas
camadas de compreensão ao
longa, ao prestar homenagem a toda uma linhagem de
atores de filmes de ação.
A figura imponente e os
longos cabelos brancos do
ator deram vida especial ao
Bill de "Kill Bill" -vilão da
história e alvo da vingança da
personagem de Uma Thurman. A cena do embate final
é um momento antológico
em que a figura de Carradine
é claramente simbólica.
A popularidade chegou para o ator ainda nos anos 60,
quando estrelou a série de
TV "Shane", concebida a partir do sucesso do faroeste "Os
Brutos Também Amam".
Nos anos 70, o sucesso se
ampliou à série "Kung Fu".
Até então, ele não sabia nada
de artes marciais, mas a popularidade da série fez com
que lançasse vídeos em que
dava aulas de ginástica inspiradas em lutas orientais.
Nos anos 70, participou de
filmes importantes como
"Sexy e Marginal" (1972), de
Martin Scorsese; viveu o
cantor Woody Gutherie (referência para a carreira de
Bob Dylan) em "Esta Terra É
Minha Terra" (1976) e interpretou um dos papéis principais em "O Ovo da Serpente"
(1977), de Ingmar Bergman.
Sua figura estará sempre associada ao tipo "cool" e distante, mas ainda assim carismático, que Tarantino soube
reinventar em "Kill Bill".
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