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Edição de 2004 deve homenagear Joyce
DO ENVIADO A PARATI
A primeira edição da Festa Literária Internacional de Parati terminou no último domingo com
um animado arrasta-pé em uma
tenda na Praça da Matriz, na madrugada de domingo para segunda.
Convidados e visitantes da Flip,
editores e escritores, como Hanif
Kureishi e Milton Hatoum, e até a
presidente do evento, Liz Calder,
que dançou com Luiz Schwarcz
(Companhia das Letras), se despediram do evento ao som de
baião, maracatu e até de pontos
de umbanda. Antes, houve um
show de Tom Zé, elogiado pelo
escritor Don DeLillo e sua mulher, Barbara.
Antes ainda, queima de fogos. E
antes mesmo, de quinta-feira até
o final da tarde de domingo, um
cronograma de 15 eventos, que
envolveram mais de 30 autores.
À parte as críticas aqui e ali dos
que não conseguiram os ingressos para alguns eventos -que
puderam ser assistidos de graça
em um telão na mesma tenda do
"baile" de encerramento- a Flip
terminou os trabalhos cheia de tapinhas nas costas.
Julian Barnes disse que a festa
"já se inscreveu no circuito mundial dos grandes festivais".
DeLillo falou que a animação do
público em torno da literatura,
que viu em Parati, lhe dava mais
uma vez a certeza de que a literatura não morreria, como defendem alguns. "Os livros não vão
morrer enquanto houver o cinema. Os dois respondem à necessidade que as pessoas têm de acesso
a narrativas", vaticinou o escritor.
Eric Hobsbawm, a estrela inconteste do festival, disse que até
estudava voltar ao país para a edição do ano que vem.
Edição que deve ser maior. A 2ª
Flip ainda não começou a sair do
papel, mas sua presidente, Liz
Calder, declarou que o evento deve crescer, que espera ter autores
de mais nacionalidades (dessa vez
havia britânicos, norte-americanos e brasileiros) e que a data deve
ser remanejada, para que não
coincida com a volta das férias escolares.
Entre primeiras idéias de Flávio
Pinheiro, diretor da festa, para
2004 está a realização de algum
evento temático, homenageando
por exemplo o centenário do chamado Bloomsday, dia no qual se
passa o monumental romance
"Ulisses", de James Joyce.
Enquanto 2004 não vem, Parati
fica com as lembranças da 1ª Flip e
com algo concreto também. Todas as editoras que participaram
do evento doaram livros de todos
os autores que aqui vieram para a
biblioteca da cidade.
O acervo recebeu o nome de seu
idealizador, o ator Carlos Calchi,
que foi assassinado no Rio de Janeiro há menos de um mês depois
de uma briga de trânsito.
(CEM)
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