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São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2003

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Edição de 2004 deve homenagear Joyce

DO ENVIADO A PARATI

A primeira edição da Festa Literária Internacional de Parati terminou no último domingo com um animado arrasta-pé em uma tenda na Praça da Matriz, na madrugada de domingo para segunda.
Convidados e visitantes da Flip, editores e escritores, como Hanif Kureishi e Milton Hatoum, e até a presidente do evento, Liz Calder, que dançou com Luiz Schwarcz (Companhia das Letras), se despediram do evento ao som de baião, maracatu e até de pontos de umbanda. Antes, houve um show de Tom Zé, elogiado pelo escritor Don DeLillo e sua mulher, Barbara.
Antes ainda, queima de fogos. E antes mesmo, de quinta-feira até o final da tarde de domingo, um cronograma de 15 eventos, que envolveram mais de 30 autores.
À parte as críticas aqui e ali dos que não conseguiram os ingressos para alguns eventos -que puderam ser assistidos de graça em um telão na mesma tenda do "baile" de encerramento- a Flip terminou os trabalhos cheia de tapinhas nas costas.
Julian Barnes disse que a festa "já se inscreveu no circuito mundial dos grandes festivais".
DeLillo falou que a animação do público em torno da literatura, que viu em Parati, lhe dava mais uma vez a certeza de que a literatura não morreria, como defendem alguns. "Os livros não vão morrer enquanto houver o cinema. Os dois respondem à necessidade que as pessoas têm de acesso a narrativas", vaticinou o escritor.
Eric Hobsbawm, a estrela inconteste do festival, disse que até estudava voltar ao país para a edição do ano que vem.
Edição que deve ser maior. A 2ª Flip ainda não começou a sair do papel, mas sua presidente, Liz Calder, declarou que o evento deve crescer, que espera ter autores de mais nacionalidades (dessa vez havia britânicos, norte-americanos e brasileiros) e que a data deve ser remanejada, para que não coincida com a volta das férias escolares.
Entre primeiras idéias de Flávio Pinheiro, diretor da festa, para 2004 está a realização de algum evento temático, homenageando por exemplo o centenário do chamado Bloomsday, dia no qual se passa o monumental romance "Ulisses", de James Joyce.
Enquanto 2004 não vem, Parati fica com as lembranças da 1ª Flip e com algo concreto também. Todas as editoras que participaram do evento doaram livros de todos os autores que aqui vieram para a biblioteca da cidade.
O acervo recebeu o nome de seu idealizador, o ator Carlos Calchi, que foi assassinado no Rio de Janeiro há menos de um mês depois de uma briga de trânsito. (CEM)


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